Os servidores públicos de Florianópolis estão em greve. A paralisação das atividades teve início à meia-noite desta quarta-feira (12) em decisão tomada durante assembleia realizada na tarde de terça após negociação salarial da categoria.
Continua depois da publicidade
Saiba como estão os serviços municipais nesta quarta:
Na Escola Básica Beatriz de Souza Brito e no Neim Nossa Senhora Aparecida, ambos localizados no bairro Pantanal, a manhã começou tranquila.
Professores explicaram que no primeiro dia de greve as aulas seguem normalmente. Durante a tarde, eles se reúnem para discutir a adesão à paralisação. Na quinta-feira (13), há a possibilidade de paralisação das atividades. Bilhetes serão enviados pelos alunos ainda hoje para avisar aos pais conforme os educadores.
O zelador e pai de uma aluna de dois anos do Neim Nossa Senhora Aparecida, Eloi Alexandro Aires da Silva, de 33 anos, disse já estar preparado para a paralisação. Ficou sabendo terça-feira, pela televisão, e já está esquematizando a situação com a família.
— A gente vai ter que dar um jeito. Os avós não moram aqui. Vamos ver como vai ficar no trabalho, porque alguém vai ter que ficar com ela — disse.
Continua depois da publicidade
Nathaly Aparecida, de 30 anos, trabalha com transporte escolar e está em busca de informações sobre a greve. Ela ainda não sabe como vai ficar a situação do serviço com a paralisação.
— De qualquer forma, nós vamos trabalhar na quinta. Talvez venham menos crianças só — afirmou preocupada.

No centro de saúde do Pantanal, pacientes faziam fila para a senha antes das 8h. Na unidade, ainda não havia comunicado sobre paralisação nesta quarta. Assim como os trabalhadores da educação, os funcionários da saúde comentaram que também vão se reunir hoje para debater sobre a possibilidade de paralisação.
A orientação é que os moradores liguem para os centros de saúde para checar como estará o atendimento nas unidades.
Continua depois da publicidade
Os funcionários informaram às pessoas da fila que as senhas vão ser distribuídas normalmente nesta quarta, mas que nos próximos dias o serviço poderá ser parcial por conta da greve. Eles também estão explicando aos que têm dúvidas sobre as razões da paralisação.
João Paulo Machado, de 58 anos, era uma das pessoas que aguardava na fila do centro de saúde. Para ele, os funcionários devem se organizar para continuar a executar os serviços.
— Está na constituição o direito à greve. Se eles fizerem um rodízio de atendimento, uma parte trabalha e outra paralisa, ajuda. Só acho que não pode desrespeitar o cidadão — afirmou.

Entenda o caso
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), a decisão pela greve foi tomada após negociações com a Prefeitura de Florianópolis sobre o reajuste salarial.
Continua depois da publicidade
“Em data-base desde início de maio, passados 42 dias de negociação com o governo, não tem sequer resposta para reajuste da inflação" afirmou em nota — data-base é o nome dado ao período do ano destinado à correção salarial e revisão das condições de trabalho de cada categoria.
O Sintrasem afirma ainda que os trabalhadores não tiveram resposta do Executivo sobre outras cláusulas referentes a condições de trabalho e infraestrutura. A categoria também reivindica a realização de um concurso público para diminuir a sobrecarga em postos de saúde, escolas, creches, CRAS entre outros serviços públicos.
Após o anúncio da greve, em nota a Prefeitura de Florianópolis disse que ainda não finalizou a discussão sobre o aumento dos salários.
"A Prefeitura de Florianópolis recebeu com surpresa a notícia de greve dos servidores municipais”, disse. A Prefeitura afirmou que ainda na terça-feira (11) entraria com uma ação judicial com o objetivo de descontar dos grevistas os dias paralisados alegando ilegalidade da greve.
Continua depois da publicidade
Confira a nota na íntegra:
"A Prefeitura de Florianópolis recebeu com surpresa a notícia de greve dos servidores municipais. Isso porque a administração ainda não finalizou a discussão com a comissão do sindicato sobre o aumento de salários. As conversas vinham acontecendo normalmente sem qualquer indicativo de paralisação. Coincidentemente, o sindicato aprova uma greve dois dias antes da greve nacional contra a reforma da previdência. A Prefeitura está ingressando hoje (11) com ação judicial sobre a ilegalidade da greve para desconto dos grevistas. Mais uma vez o sindicato tenta parar a cidade e misturar pautas nacionais com as municipais".