O Carnaval é a principal festa popular do Brasil. Foliões do país inteiro se reúnem para festejar as tradições carnavalescas que se adaptam a cada região. Em Santa Catarina algumas cidades se destacam pelo Carnaval de rua: Florianópolis, Laguna, Navegantes, São Francisco do Sul, Balneário Camboriú, Joaçaba são as principais cidades para curtir a festa.
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A folia toma conta das ruas em blocos que contam um pouco da história de cada cidade. O carnaval comemorado no Brasil sofreu influência de uma festa de rua de origem portuguesa, o entrudo, que consistia em jogar farinha, ovo e tinta nas pessoas. Quando chegou no país, era celebrado pelos escravos. Com o passar dos anos surgiram os cordões, as festas de salão, os corsos e as escolas de samba.
Em Santa Catarina, o Carnaval de rua se destaca sendo o ponto de encontro de milhares de pessoas. Reunimos a história dos principais blocos do Estado. Confira:
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Florianópolis

Berbigão do Boca
Considerado patrimônio imaterial de Florianópolis, o bloco do Berbigão do Boca é responsável por abrir o carnaval na cidade, sempre na sexta-feira anterior à semana do carnaval. O bloco foi fundado em 1992 para reanimar a folia da Ilha, que havia perdido a popularidade devido à transferência dos desfiles das escolas de samba para a nova passarela do samba. A denominação Berbigão do Boca é uma combinação do nome da mais popular iguaria degustada pelo manezinho da Ilha, o berbigão, com o apelido de um dos maiores foliões da cidade, Paulo Abraham, o Boca. Foi ele quem teve a ideia de homenagear amigos que já morreram em forma de bonecos gigantes que são carregados pelas ruas do centro de Florianópolis.
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Bloco dos sujos
O “Sujos” é uma tradição no Carnaval da Ilha da Magia. O arrastão é formado por dezenas de blocos e grupos de amigos que percorrem as ruas centrais de Florianópolis, na tarde do sábado de Carnaval. Os homens se vestem de mulher, e as mulheres, se fantasiam do que quiser, o importante é entrar na brincadeira. A festa começa a partir das 13h, no entorno da Praça XV de Novembro, atraindo, em média, 150 mil pessoas que tomam todas as principais ruas do Centro.
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SOS – Enterro da Tristeza
O caixão com um boneco que parece um defunto simboliza a morte das mágoas e angústias da vida, enterrando literalmente a tristeza para viver a alegria com intensidade nos dias que seguem o Carnaval. Também por isso, é o bloco que abre os festejos momescos pelas ruas de Florianópolis na quinta-feira. Fundado em 1960, o bloco também tem como objetivo aumentar em mais um dia a folia.
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Baiacu de Alguém
Quando alguns amigos decidiram montar um bloco, lembraram dos já famosos Berbigão do Boca, da Ilha, e Bacalhau do Batata, de Recife. E veio a pergunta: o nosso, vai ser baiacu de quem? O bloco iniciou suas atividades em 1992 com camisetas verdes limão, feitas para chamar a atenção no meio do Bloco de Sujos no centro da Capital. Depois de alguns anos resolveram mudar o local de concentração, foi então que se tornaram um dos blocos mais esperados do Bairro Santo Antônio de Lisboa no sábado de Carnaval.
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Vento Encanado
O bloco começou em 2010 e a primeira ideia era desfilar na Avenida Hercílio Luz, um corredor por onde o vento "encana", como dizem os manés. Só que o bloco nunca desfilou. O Vento Encanto é conhecido como o bloco que concentra, mas não sai. Na sexta de Carnaval o encontro é marcado na Rua Padre Miguelinho, ao lado da Catedral Metropolitana, outro ponto onde o vento "encana".
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Batuqueiros do Limão
Naquele fevereiro de 1969, tempos difíceis da repressão militar, na Rua Belizário Berto Silveira, no bairro Saco dos Limões, surgia o bloco Batuqueiros do Limão, hoje o bloco mais antigo da cidade. Mantendo o espírito comunitário, seus componentes na sua grande maioria são filhos do bairro. Alguns se mudaram para outras regiões da cidade, mas continuam tendo o bloco como elo. O Batuqueiros mantém a tradição de sair nos cinco dias de folia.

Onodi
No bom e velho manezês, Onodi quer dizer "eu não dei". A origem da expressão pode ter vindo de uma homenagem ao cachorrinho do Tirelli, personagem da cidade que, ao ser questionado sobre qual era o nome que tinha dado ao cachorro que ganhara de presente de um amigo, respondeu: "ô no di!". O bloco sai sempre aos domingos no Bairro Campeche, como alternativa à dificuldade de se chegar ao Centro da cidade em decorrência da distância e do transporte.
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Sou+Eu
O bloco foi criado por amigos, ex-alunos do Colégio Catarinense que se juntaram para brincar no carnaval da cidade. Em 2020, o bloco completa 43 anos ininterruptos de desfiles, abrilhantando o carnaval de rua de Floripa. O bloco manteve a tradição do carnaval de sujos de Floripa, com concentração privada, e arrastando mais de 50 mil pessoas no desfile tradicional aberto na praça XV, aos sábados de Carnaval.
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Balneário Camboriú

Inimigos da Segunda
Um grupo de 13 amigos, estudantes universitários, em 2008 resolveu criar um bloco de carnaval para desfilar na Avenida Atlântica. Os integrantes já se reuniam aos domingos para jogar futebol e a segunda era sempre a inimiga, já que não faltava festa e bebida nas peladas. Para se tornar um bloco de carnaval não precisa muito, na verdade só os instrumentos musicais para agitar a folia. Alguns integrantes já haviam tocado na Império do Município, uma escola de samba da região que acabou falindo. Os instrumentos foram adquiridos da escola e a folia começou. Em 2019 foram 2 mil abadás vendidos e cerca de 20 mil pessoas acompanhando o bloco no domingo, na rua central de Balneário Camboriú.
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Mexe mexe
O bloco mais antigo de Balneário Camboriú completa 30 anos em 2020. Um grupo de amigos que sempre se reunia num barzinho da Rua Inglaterra resolveu animar o Calçadão Central. Compraram instrumentos e vestiram roupas iguais, a reunião deu tão certo que hoje a folia já está na terceira geração de foliões. Este ano o bloco iniciou os festejos na última sexta-feira de janeiro e segue se reunindo em todas as sextas que antecedem o carnaval. No sábado participam do desfile oficial e na segunda também fazendo a festa entre a Avenida Atlântica e na Brasil.

Bloco Xinellis
O bloco surgiu em 2007 ganhou destaque por sua banda formada de percussão em metais e harmonia que traz no repertório a valorização das manifestações culturais carnavalescas. O bloco que desfila no sábado de Carnaval teve início com 50 componentes e hoje tem mais de 400 foliões, levando para avenida o verdadeiro Carnaval dos antigos salões.
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Bloco Trio elétrico DJ Folia
O Trio Elétrico foi criado no ano de 2011 pela paixão pelo carnaval e por música, com o intuito de reunir amigos e divertir quem estava nas ruas. No seu ano de estreia, além de desfilar pelas ruas de Balneário Camboriú, o trio participou do mais tradicional bloco de sujos da região, o Navegay. Após o segundo ano, foram convidados para compor a escola de samba Samboriú e o maior bloco de rua da cidade, o Inimigos da Segunda. Em 2014, o bloco ganhou independência e recebeu o nome de DJ Folia, arrastando quase duas mil pessoas em 2019. O bloco desfila no sábado, domingo e segunda-feira de Carnaval.
Laguna

Bloco da Pracinha
O bloco reúne anualmente mais de 100 mil pessoas no domingo de Carnaval. O mais tradicional dos blocos de Laguna foi fundado em 1978 por amigos da comunidade do Magalhães, que queriam estender a folia após o término do baile de Carnaval da Sociedade Recreativa 3 de Maio, tradicional na região. A Praça Souza França vira o ponto de saída de uma multidão para o balneário Mar Grosso.
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Acorda Laguna
Pela tradição, o bloco concentra na manhã da terça-feira de Carnaval, às 5h, saindo pelas ruas, no sentido inverso do Bloco da Pracinha, acordando foliões e turistas, chamando-os para curtir o último dia de festa. O bloco tem mais de quatro décadas de história e faz parte do calendário carnavalesco de Laguna.

Bloko Rosa
A ideia de alguns amigos de pintar um velho Ford Galaxie de Rosa deu início a história do Bloko Rosa. No ano de 2004 foi aberto ao público, tornando-se um bloco profissional e reconhecido nacionalmente. Para 2020 serão oito mil abadás, e um público de aproximadamente 100 mil foliões arrastados pelo trio elétrico que se concentra na avenida beira mar do balneário Mar Grosso, no sábado.
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Skentaí
O Carnaval em Laguna era comemorado somente entre sábado e a terça-feira de Carnaval, mas como toda boa folia precisa de um esquenta, o bloco que hoje completa oito anos, é o responsável por abrir a festa de momo em Laguna. Ele é um dos blocos privados da região, e se concentra no circuito da praia.
São Francisco do Sul

Bloco da Vagabunda
Completando 48 anos em 2020, o bloco é o mais tradicional do Carnaval de São Francisco do Sul. Com muita criatividade, foliões se reúnem — homens vestidos de mulher e mulheres vestidas de homens — para curtir a folia. Em cima de uma barca puxada por um carro, uma banda agita o público tocando marchinhas. O bloco desfila no sábado, domingo e fecha o Carnaval de São Chico na terça-feira.

Bloco Unidos do Centro Histórico
Em 2013 com o objetivo de resgatar o Carnaval do Centro Histórico, um grupo de oito amigos montou um bloco que não poderia ter outro nome. Nos abadás usados pelos foliões sempre um prédio histórico é ressaltado. O som fica por conta de uma banda de sopro, que relembra as tradicionais marchinhas. Em 2020 desfilam na sexta e na segunda-feira de Carnaval.
Navegantes

Navegay
Reconhecido como um dos maiores blocos de sujos do país, o Navegay é responsável por levar mais de 150 mil foliões para as ruas de Navegantes, sendo o destaque da programação da cidade na segunda-feira de Carnaval. Homens vestidos de mulheres é a principal característica do bloco. Ano a ano a estrutura recebe mais trios elétricos, isso porque o bloco é conhecido por reunir outros blocos menores. Pelo terceiro ano consecutivo o desfile acontece na Avenida Cirino Adolfo Cabral.
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Bloco Pau Doce
O bloco mais antigo da cidade de Navegantes nesta edição completa 20 anos. Um trator de 1928 acompanha o grupo desde a primeira edição, e é ele que abre o desfile do bloco. A origem do nome é porque na região uma bebida chamada de mãe e filha, uma mistura da cana-de-açúcar com a cachaça, foi a escolhida para ‘animar’ os foliões. O Bloco Pau Doce começou desfilando aos domingos, mas há quatro anos assumiu o sábado de Carnaval, que costumava ser fraco na região.

Bloco Deixa que Chova
O bloco surgiu em 2012 quando três amigos resolveram fazer o primeiro bloco aberto de Navegantes. Um dos fundadores é daqueles que é pau pra toda obra, seu bordão: ‘Deixa que chova’. Quando foram escolher o nome para o grupo não tiveram dúvidas. O bloco sai com trio elétrico na Avenida Beira-Mar, sempre no domingo de Carnaval.

Bloco Sem Frescura
Uma música inspirou o nome do bloco que iniciou em 2013. Realizado por amigos, o Sem Frescura já saiu em sua primeira edição com 500 abadás. A característica principal e a valorização da cultura carnavalesca, as marchinhas são o destaque do bloco que desfila no domingo de Carnaval.
Joaçaba

Bloco DNA
Dia e Noite Alcoolizados é isso que significa a sigla que representa o bloco, que é um dos mais tradicionais da região. Uma máquina de espuma é um dos diferenciais da festa. Nesta edição de 2020 uma noite especial para mulheres será o destaque da folia, com drinks sendo oferecidos especialmente para elas.
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Bloco Los Iguanas
Completando 20 anos, o Los Iguanas é conhecido por reunir foliões de todo Brasil. Um bar chamado Iguanas deu origem ao bloco, os fundadores queriam reunir gente bacana em um carnaval organizado e com gente bonita. Em 2020 tem atrações todas as noites de Carnaval.

Bloco Oi Sumida
O bloco já começou de forma profissional, levando para a arena que reúne os blocos da cidade 700 pessoas no primeiro ano. Em sua segunda edição, em 2020, o Oi Sumida tem como objetivo trazer um público do litoral e também de Curitiba para curtir o Carnaval de Joaçaba.