GERALDO BASTOS

Editor de Economia do Jornal A Tarde

Camaçari – a 50 quilômetros de Salvador e conhecido no Brasil inteiro por abrigar o maior polo petroquímico da América Latina – experimenta um novo ciclo de desenvolvimento com a indústria automotiva.

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A inauguração do Complexo Industrial Ford Nordeste, em outubro de 2001, trouxe para a região riqueza e dezenas de novos empreendimentos, como hotéis, pousadas, condomínios de luxo, shoppings centers, instituições de ensino superior e novas montadoras. O PIB local deu um salto desde então: passou de R$ 5,8 bilhões, em 2002, para os atuais R$ 15,8 bilhões.

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– O grande legado do polo automotivo é o efeito multiplicador. Depois da Ford, dezenas de outras empresas também desembarcaram na cidade, gerando mais emprego e renda – afirma Pedro Luiz Failla, presidente da CDL de Camaçari.

Ele lembra que, após a inauguração da Ford, se instalou no município a fabricante de pneus Bridgestone/Firestone. Recentemente as montadoras JAC Motors e Foton Motors anunciaram a implantação de unidades na região. Juntas, as duas empresas irão investir recursos da ordem de R$ 1,5 bilhão e a criar 4,5 mil empregos diretos.

O complexo reúne sob o mesmo teto a Ford e mais 27 parceiros, que fornecem sistemas para os veículos diretamente na linha de montagem. São 9 mil empregos diretos. Para qualificar os operários, foram criados novos cursos técnicos e faculdades.

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– Os efeitos indiretos são fantásticos. Toda uma cadeia de indústria vive em torno da Ford, gerando impostos que são aplicados em saúde, educação e infraestrutura – avalia Armando Avena, economista e ex-secretário de Planejamento da Bahia.