A Operação "Saldo Negativo", deflagrada na manhã desta terça-feira (5) pela Polícia Federal e Receita Federal, cumpriu 24 mandados de prisão preventiva e diversas ordens judiciais de sequestro de bens móveis e imóveis em Santa Catarina e outros três Estados brasileiros.
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Foram apreendidos 30 veículos em diferentes endereços do país. Somente em Florianópolis, onde sete pessoas foram detidas – inclusive um servidor da Receita Federal -, três automóveis foram retirados da posse dos proprietários. Os veículos apreendidos na Capital estão avaliados em até R$ 300 mil.
Além dos automóveis, a ação apreendeu três motos aquáticas, duas embarcações e cumpriu ordens de sequestro – quando os proprietários não podem fazer qualquer transação com o bem – de 24 imóveis residenciais e comerciais e 106 lotes/terrenos em um condomínio. Também foram bloqueados valores existentes em contas bancárias dos investigados até um limite de cerca de R$ 7,8 bilhões.
Em Santa Catarina, um dos alvos de mandado de prisão, está foragido. Ele é procurado na Capital. Um mandado de prisão também foi cumprido em Indaial, no Vale do Itajaí. As demais preventivas foram cumpridas em Brasília (5), São Paulo (10) e no Paraná (1).
Os crimes
De acordo com a PF, os investigados poderão ser indiciados, na medida da participação de cada um, pela prática dos crimes de falsidade, estelionato, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
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A operação
A Operação Saldo Negativo, destinada a combater um grupo criminoso especializado em fraudar declarações de tributos federais através de compensação com créditos falsos. O nome da operação, Saldo Negativo, faz alusão a uma modalidade de compensação de tributos federais que foi largamente utilizada pelo grupo para cometer as fraudes identificadas, além de indicar o resultado que as empresas contratantes das operações fraudulentas terão com a investigação, ou seja, dívidas tributárias.

Investigações
A investigação iniciou com a abertura de inquérito policial em novembro de 2017, em Florianópolis. Até o momento já foram identificadas cerca de 3.500 empresas clientes do grupo criminoso, sediadas em 597 municípios, abrangendo todos os estados brasileiros.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Florianópolis em decorrência de pedido apresentado pela Polícia Federal, o qual contou com manifestação favorável do Ministério Público Federal, tendo, ainda, a investigação contado com o apoio da unidade do Ministério Público de Santa Catarina em Criciúma.
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