Um vazamento de grande quantidade de uma substância chamada “finos de carvão” contaminou o Rio Tubarão, na madrugada desta quarta-feira, devido ao rompimento de uma barragem de sedimentação da mineradora de carvão Carbonífera Catarinense, em Lauro Müller, no Sul do Estado. O local contaminado fica próximo a nascente do rio, uma das bacias mais importantes da região, e que engloba 18 municípios.
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Foto: Antonio da Luz/ Sul in Foco
Além da escuridão, a água ficou com um aspecto denso e formou um lodo, que manchou as pedras da cabeceira do rio. A vegetação ao redor também foi poluída. A água escura do rio assustou os moradores. Quem passou pela ponte na entrada da cidade parou pra ver.
A sedimentação é uma etapa de produção que faz parte do processo de lavagem do minério, que não funcionou o dia todo nesta quarta-feira. Técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DPNM), da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e da mineradora investigam o que causou o rompimento da barragem.
O engenheiro ambiental da empresa, Paulo de Mello, informa que a contaminação começou por volta das 21h desta terça-feira, e que ainda não se sabe o grau de poluição da água.
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– Não temos ideia da causa exata do rompimento do dique. Nos reunimos com os órgãos fiscalizadores e a Polícia Ambiental, tentando ter um entendimento do que aconteceu essa noite. O impacto visual por enquanto é o pior, não se tem ainda uma ideia do impacto ambiental. Vamos ter que fazer uma análise química e física da água para verificar a nocividade desses finos (de carvão) – apontou Mello.
A empresa, segundo o engenheiro, trabalha desde a madrugada para reforçar os diques e evitar novos vazamentos. Além disso, já deram início à limpeza do rio e dos seixos. A expectativa é de que a água, que já estava poluída por ferro e manganês devido a impactos anteriores, volte ao estado anterior em cerca de uma semana.
Foto: Antonio da Luz/ Sul in Foco
O cabo Marcos Antônio Navarro Monteiro, da Polícia Ambiental de Laguna, aponta que a empresa foi autuada e que o setor que causou o vazamento foi embargado até que se faça a manutenção. De acordo com o cabo, a empresa está com as licenças ambientais em dia.
Segundo Monteiro, ainda não foi possível precisar os danos causados pelo vazamento na fauna e na flora do local, mas já foram colhidas amostras e um monitoramento está sendo feito. O laudo, segundo o policial, fica pronto em uma semana. Os Ministérios Público Federal e Estadual devem investigar o caso.
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A reportagem tentou o contato com a gerência regional da Fatma por telefone, mas as ligações não foram atendidas ou retornadas.