A Santa Sé e o Estado da Palestina assinaram, nesta sexta-feira, no Vaticano um histórico acordo sobre os direitos da Igreja católica nos territórios palestinos, que apoia a solução de dois Estados, enquanto Israel lamentou o tratado.
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O acordo foi assinado no Palácio pontifício pelo secretário para as relações com os Estados (ministro das Relações Exteriores), pelo prelado britânico Paul Richard Gallagher e pelo ministro palestino de Relações Exteriores, Riyad al-Maliki.
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A preparação deste texto por uma comissão bilateral levou 15 anos. Embora o Vaticano se refira ao Estado da Palestina desde o início de 2013, os palestinos consideram que a assinatura do acordo equivale a um reconhecimento de fato de seu Estado, o que irrita Israel.
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Neste sentido, o ministério israelense das Relações Exteriores “lamentou a decisão do Vaticano de reconhecer oficialmente a Autoridade palestina como um Estado no acordo assinado hoje”, afirmou o porta-voz da chancelaria, Emmanuel Nahshon, citado em um comunicado.
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O tratado foi elaborado a partir de um acordo de base concluído em 2000 entre o Vaticano e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
O acordo expressa ainda o apoio do Vaticano a uma solução “do conflito entre israelenses e palestinos no âmbito da fórmula de dois Estados”, como havia explicado em maio o monsenhor Antoine Camilleri, chefe da delegação da Santa Sé.
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Riyad al-Maliki considerou este um dia “histórico”, porque o acordo “não seria possível sem a benção” do papa Francisco.
O texto, ressaltou, define o “status especial da Palestina como o local de nascimento do cristianismo e como o berço das relações monoteístas” e garante o “status e a proteção dos locais santos” cristãos.
Para Gallagher, o “acordo mostra o progresso feito pela Autoridade Palestina nos últimos anos e, sobretudo, o nível de apoio internacional”.
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“É a minha esperança que este acordo possa estimular o fim definitivo do conflito (israelo-palestino) que já durou tempo demais” e que a “solução tão desejada de dois Estados possa se tornar realidade o mais rápido possível”.
Gallagher também disse esperar que o texto “sirva de modelo para outros países majoritariamente árabes e muçulmanos”, uma vez que a liberdade religiosa é comumente ameaçada no Oriente Médio.
Para a OLP, este acordo converte o Vaticano no 136º país a reconhecer o Estado da Palestina.
*AFP