Os cristãos da Síria podem desempenhar um papel de “ponte” entre as partes em conflito, já que até agora são uma comunidade “respeitada”, considerou nesta sexta-feira o núncio da Santa Sé na Síria, Mario Zenari, em uma entrevista na Rádio Vaticano.
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– Até agora, os cristãos não foram atacados. Nenhuma igreja sofreu nem sequer um arranhão. Esta situação, se a compararmos com a de outros países da região, dá um pouco de esperança – declarou o representante do Vaticano, referindo-se ao Iraque, o país vizinho, onde a minoria cristã foi objeto de vários atentados e fugiu em massa do país.
E acrescentou:
– Respeitados, os cristãos poderiam e podem ter um papel importante, podem ser uma espécie de ponte entre uns e outros, em meio a um clima de ódio.
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Cerca de 7,5% dos 20 milhões de sírios são cristãos.
Os alauítas no poder construíram relações privilegiadas com os cristãos e teme-se um cenário similar ao Iraque se o partido Baas, do presidente Bashar al-Assad, cair.
Os bispos sírios mostraram até agora uma grande prudência frente a uma crise que pode fomentar um islamismo prejudicial para a comunidade cristã.
O Vaticano também se mostrou muito prudente até a data. O papa Bento XVI pediu, em janeiro, a abertura de um “diálogo fecundo entre os atores políticos” da Síria, com a presença de “observadores independentes”.
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