O varejo de vestuário deve movimentar R$ 160,5 bilhões neste ano, alta de 7% em relação ao ano passado, de acordo com estudo realizado pelo Iemi Inteligência de Mercado em parceria com a Associação Brasileira do Varejo (ABVTEX). Em volume de peças vendidas, o estudo aponta acréscimo de 3,4% na comparação com o ano anterior.

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De acordo com o levantamento, os consumidores das classes B1 e B2 somaram 79,3% da demanda interna por vestuário. Já os consumidores da classe A1 e A2 responderam por 14,9% do consumo em 2011. A classe D respondeu por 5,8%.

– Isso reflete a ascensão financeira do brasikeiro, que com maior renda e emprego pode subir na classe social – disse o diretor do Iemi, Marcelo Prado. – Não importa o poder de compra do consumidor, todos buscam experiências ao adquirirem peças de vestuário. Os consumidores de baixa renda buscam inclusão social e os da alta renda, exclusividade – analisa.

O diretor do Iemi acredita que a maior parte dessa expansão deverá ser notada no segundo semestre, já que o primeiro foi fraco, especialmente em função das altas temperaturas, que impactaram as vendas da coleção outono/inverno. No primeiro semestre o varejo de vestuário cresceu cerca de 1% em relação ao mesmo período de 2011 devido à alta base de comparação e ao cenário desafiador neste começo de ano.

De acordo com o Estudo dos Canais de Varejo, as taxas são inferiores à média dos últimos cinco anos. Entre 2007 e 2011, o consumo de artigos de vestuário aumentou 24,1%, sendo que aproximadamente 90% partiu da produção nacional.

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– Apesar do cenário atual, o varejo de vestuário brasileiro mostra forte potencial de crescimento. O Brasil deve triplicar esse mercado em mais uma geração – prevê Prado.

A pesquisa apurou ainda que a venda de roupas em hipermercados cresceu 35,5% nos últimos anos.

– Os hipermercados ainda dependem muito das vendas de oportunidade, mas já oferecem concorrência para lojas especializadas em moda íntima – avaliou Prado.

As lojas de departamento não especializadas em têxteis também tiveram crescimento relevante no volume de vendas, algo em torno de 54,5% no período.

Já as lojas independentes tiveram uma redução de 43,8% para 37,8% em market share, com alta de 7,3% no volume vendido. De acordo com o Iemi, um dos motivos para o crescimento dos canais de vendas (exceção para as lojas independentes) se deve à localização, já que 35% das lojas de vestuário estão presentes em 434 shopping centers do país.

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– Os shoppings têm carregado monomarcas e franquias, que possuem giro alto. Mas as multimarcas de pequeno porte não se tornam rentáveis em shoppings – concluiu.