O volume de vendas do varejo catarinense cresceu 12,8% no primeiro trimestre deste ano, alcançando o segundo melhor desempenho do país frente aos três primeiros meses de 2017. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada na sexta-feira pelo IBGE. Roraima registrou o maior incremento: 12,9%. Na outra ponta, Goiás sofreu a maior queda (-5,5%), seguido pelo Distrito Federal (-2,3). A média brasileira para o período foi de 6,6%.

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A alta de Santa Catarina foi puxada atividade de hipermercados e supermercados, que cresceu 18,3%, e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (5,6%). Em contrapartida, o setor de livros, jornais, revistas e papelarias puxou o desempenho para baixo, com queda de 5,5%, seguido pelo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-5,3%).

O presidente da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Paulo Cesar Lopes, atribui a reação positiva a diferentes fatores. Para ele, o mais importante deles é o nível de confiança do consumidor que melhorou, estimulando o consumo nesse segmento, que gera 85 mil empregos no Estado e faturou cerca de R$ 14 bilhões no ano passado.

— As pessoas tendem a gastar mais. Tínhamos uma insegurança muito grande, devido à crise — aponta.

Aliado à confiança, Lopes menciona outro aspecto que contribui para o resultado positivo dos supermercados: a queda da inflação nos preços de itens de alimentação, melhorando o poder de compra do consumidor. Também pesa nesta matemática o fato de que, em se tratando de produtos como alimentação e outros presentes nas gôndolas, o consumidor não pode deixar de ir às compras.

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— Ele reduz o volume e muda de marca, mas não deixa de consumir — afirma o presidente da Acats, citando como um exemplo o caso de um fornecedor de item de limpeza que, ao oferecer preço mais competitivo, cresceu 30% em 2016.

Taxas positivas desde novembro de 2016

Na comparação com março do ano passado, o volume de vendas do comércio catarinense cresceu 13% no mês passado.

Os dados do IBGE mostram ainda que o Estado mantém uma recuperação no setor desde novembro de 2016, após cair 0,9% em setembro daquele ano.

No país, o setor registrou alta de 6,5% ante março de 2017, série sem ajuste sazonal. Frente a fevereiro, o comércio nacional teve um ligeiro aumento de 0,3%. Neste recorte, Santa Catarina cresceu 1,5%.

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— A expectativa é que Santa Catarina mantenha a trajetória de recuperação, disseminando a alta por todos os segmentos do varejo, para que finalmente recupere volumes de vendas absolutos próximos aos vistos no período pré-crise, antes de 2014 — avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

Segundo ele, a retomada se deve à combinação de fatores que diferencia SC dos outros estados: mercado interno consolidado, com menor informalidade, aumento da disponibilidade de crédito, a queda nos preços dos alimentos e a retomada do emprego e da renda.

Com relação a receita, o varejo catarinense registrou incremento de 14% em março e 13,4% no acumulado.