Uma startup nos Estados Unidos resolveu criar um aparelho eletrônico no estilo “empresa de garagem”. É um smartwatch (relógio inteligente) que se conecta a smartphones e reproduz funcionalidades como acessar a internet. Para o projeto decolar, precisava de US$ 100 mil. Os criadores decidiram anunciar o produto em um site de crowdfunding, uma espécie de vaquinha moderna, em que qualquer pessoa pode contribuir com pequenos e médios valores. O grupo arrecadou US$ 100 mil em duas horas. Em 28 horas, já eram US$ 1 milhão. E a cifra não para de crescer.
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– Quando o projeto começou, a empresa tinha cinco pessoas. No fim da primeira semana, foi preciso contratar mais cinco e alterar o plano de negócios para acomodar esse interesse extraordinário – diz Shauna Roberts, representante da empresa.
É no crowdfunding que os professores pardais da era digital têm encontrado a solução para concretizar seus projetos de tecnologia. Foi assim com a Metamáquina, uma impressora 3D criada por três jovens de São Paulo.
O produto foi apresentado no site Catarse. Quem quisesse colaborar ganhava prêmios que iam de um adesivo a uma impressora, dependendo do valor da contribuição. Em cerca de dois meses, foram levantados R$ 30 mil, mais do que os R$ 23 mil necessários.
– Além de viabilizar o projeto, é um bom termômetro de aceitação. Assim já vemos que existe um mercado e interesse para isso. Se ninguém tivesse contribuído, ficaríamos nos questionando se valeria realmente entrar no negócio – diz Felipe Moura, co-fundador da empresa.
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As cotas iam de R$ 15 – que dava direito a um adesivo e crédito como apoiador da máquina – a R$ 7,6 mil – com direito a um equipamento completo, montado, mais treinamento. Um grupo de cem pessoas de Porto Alegre, inclusive inovou ao se unir em colaboração para arrecadar o suficiente para comprar uma máquina: foi um crowdfunding dentro do crowdfunding.
– O importante é ter um bom projeto e uma rede de contatos. Se a pessoa tem 60 dias para arrecadar o dinheiro, é melhor gastar os primeiros dias afinando o projeto e a divulgação do que lançar a proposta sem convicção. Também notamos que ter paixão e acreditar na própria ideia é muito importante – diz o cofundador do Catarse, site de crowdfunding onde a Metamáquina foi anunciada.
Uma febre nos Estados Unidos que ainda não decolou no Brasil é o crowdfunding de jogos. Profissionais experientes, conhecidos na indústria dos games, usam o prestígio para arrecadar os milhões necessários para fazer bons títulos.
Até quem não tem problemas em conseguir investidores de maneira tradicional tem procurado o crowdfunding. A Double Fine Productions é uma produtora de games norte-americana que já lançou títulos de sucesso.
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Mas ao criar o jogo Double Fine Adventures, decidiu driblar o controle dos grandes investidores, para ter mais liberdade ao criar o produto. A primeira etapa do plano deu certo. O game conseguiu arrecadar US$ 3,3 milhões em investimentos.
Outros projetos:
Powerpot
A panela que gera energia elétrica para recarregar gadgets. Útil em acampamentos e
regiões remotas, onde é fácil fazer fogo, mas impossível achar uma tomada.
Arrecadou US$ 69 mil
Soundslug
O aparelho do tamanho de um pendrive que grava músicas tocadas por streaming.
Arrecadou US$ 16,2 mil.