Não há medo que impeça Vanderleia Magalhães, 51 anos, de se arriscar por aquilo que acredita. Nem a troca do concreto pelo incerto assusta a mineira. Se os riscos têm como objetivo a realização de um sonho, então, mesmo a necessidade de uma mudança de cidade não a impede.
Continua depois da publicidade
A última obstinação a aproximou de Joinville, lar que ela considerou perfeito para executar seu projeto de vida. A cidade tem garantido as condições para que Vanderleia coloque em prática o Projeto D’Escolar, startup atualmente incubada no Inovaparq, de Joinville. A iniciativa oferece oficinas de orientação para adolescente de 13 e 14 anos, faixa etária em que normalmente estão a caminho do ensino médio. Nos encontros, Vanderleia ensina os jovens a se planejarem para a vida.
– Meu grande desejo é que o autoconhecimento chegue às crianças ainda mais cedo. É isso que fará a diferença no mundo quando elas se tornarem adultos.
As oficinas fazem parte de um grande sonho de Vanderleia, de orientar a quem precisa e ajudar a formar pessoas mais autoconfiantes e felizes. A escolha por desenvolver o projeto em Joinville também vem ao encontro da qualidade de vida que Vanderleia buscava fora de uma grande capital.
– Numa conversa com minha irmã, ela me lembrou de que eu, quando eu era criança, falava que iria morar no Sul. De repente, isso me preencheu a alma. Conectou-se com algo dentro de mim. Passei a ponderar sobre essa possibilidade. Então decidi buscar no Google qual a melhor cidade para se viver no país. Na resposta das dez melhores estava Joinville.
Continua depois da publicidade
Vanderleia chegou sozinha à cidade. O marido Elcio e o filho Daniel ficaram em Belo Horizonte.
– Deixei tudo. Marido, filho, empresas… Algo muito forte me chamava. Eu sentia uma certeza, uma alegria imensa na alma. Só pedia a Deus que colocasse alegria em meu coração, pois assim saberia que estava no caminho certo.
As mudanças bruscas sempre acompanharam Vanderleia. A maioria esteve relacionada ao trabalho. Curiosa, ela buscou aprender novas atividades, interesse que a fez atuar em ramos bem diferentes uns dos outros. De confecção de roupas, comércio e azulejaria, a mineira encontrou no coaching uma forma de exercer uma atividade ligada aos trabalhos voluntários que já desenvolvia em Belo Horizonte.
Hoje, o Descolar recebe total atenção da mineira e, por mais que haja projetos para levá-lo para outras cidades brasileiras, é por aqui que Vanderleia pretende criar raízes.
– Joinville me faz sentir muito bem.
Texto: Rafaela Mazzaro, especial