A pouco mais de duas semanas do início da 31ª Oktoberfest o cenário que se descortina em plena praça Hercílio Luz é pouco animador. A quem frequenta e trabalha na praça a sensação é de que o prédio do antigo Biergarten está à mercê de destino semelhante ao Frohsinn. Neste sábado completa um mês que o Morro do Aipim ardeu. Pichado e depredado, o prédio do Biergarten não condiz com o seu passado nem com o célebre vizinho de praça: o Museu da Cerveja é o mais visitado da cidade. A prefeitura garante que há segurança e que a construção está lacrada.
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Quem trabalha por ali conta que situação de insegurança no local melhorou depois que o Santa publicou uma reportagem em que denunciou o intenso uso e tráfico de drogas no local e no Edifício América. Contam que a Polícia Militar fez duas investidas duras contra os usuários e traficantes, que abandonaram o espaço desde então. O temor é que no Biergarten se repita a história do Frohsinn. Do abandono às cinzas é uma questão de tempo, supõem.
– Capaz de tentarem colocar no fogo no Biergarten. O prédio está como estava o Frohsinn. Uma pena – lamentou um dos funcionários que trabalham na praça, mas que preferiu não se identificar.
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O prédio está seguro, garante o secretário de Turismo Ricardo Stodieck. Ele explica que o local está lacrado da forma como devolvido à prefeitura em fevereiro e teve a segurança reforçada desde o incêndio do Frohsinn. Depois do fechamento da Expresso – empresa que tinha a concessão desde 2006 – em outubro do ano passado, o prédio chegou a ter uma reforma começada, mas não foi adiante.
Na próxima semana o edital de concessão será concluído e encaminhado para a publicação. A intenção é que a reforma a ser feita pela empresa vencedora da concessão de cinco anos – prorrogável por mais cinco – comece ainda neste ano.
– Nesta semana terminamos o memorial descritivo da reforma, que atrasou um pouco em relação à nossa expectativa inicial. Nossa intenção é que o Biergarten passe pelas melhorias e possa reabrir assim que possível – explica Stodieck.
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O prédio que no passado abrigou a Cervejaria Continental permanece trancado e, aparentemente, não foi arrombado. O deck e uma sacada no segundo pavimento são abrigos discretos aos olhos de quem passa na rua. Há pichações por todo canto. Nem o monumento com um poema de Lindolf Bell escapou. Tábuas e algumas vidraças quebradas, cheiro de urina e sujeira típica de abandono dão o tom ao lugar que nos anos 1980 e 1990 foi ponto de sábados alegres e chope gelado.
– O Museu da Cerveja é parada obrigatória dos turistas. E quando desembarcamos, a primeira coisa que perguntam o que é aquele prédio abandonado. Uns ficam tristes, lembram que chegaram a tomar chope ali, em outras visitas. É difícil contar o que era e o que é hoje – explica um guia de turismo de Balneário Camboriú que também preferiu não se identificar.