Van Hitler! Essa foi a manchete do jornal esportivo romeno Pro Sport, em outubro de 2012, em referência ao técnico Louis Van Gaal, na véspera do confronto contra a Holanda pelas Eliminatórias da Copa. O forte título gerou represália da Federação Holandesa de Futebol, que negou credencial aos autores da matéria na partida de volta. A situação mostra quão controversa é a figura do treinador da seleção laranja.
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– O problema é que o Van Gaal é o Hitler do futebol. Ele sabe trabalhar, é inteligente, mas o comportamento é como se estivesse no exército – desabafa Márcio Santos, ex-zagueiro que foi um dos brasileiros, como Rivaldo e o zagueiro Lúcio, a sofrer nas mãos do técnico.
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O italiano Luca Toni, ao ser dispensado do Bayern na época em que o técnico chegou na equipe, foi duro na sua avalição a respeito do holandês.
– Van Gaal não gosta de brasileiros, argentinos ou até mesmo de italianos. Prefere trabalhar com holandeses, alemães – jogadores que têm a mesma mentalidade – delcarou, em entrevista ao jornal Bild, da Alemanha.
O Mundial tem ilustrado bem o que alguns entendem como postura arrogante do técnico. Nas entrevistas sempre sobram ironias com jornalistas, em especial conterrâneos de Van Gaal. Nas respostas é comum que tente desqualifcar o perguntador. Após jogo contra a Austrália, em Porto Alegre, assim respondeu sobre a associação entre a vitória e o esquema.
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– Essa é a sua conclusão. Você aparentemente sabe mais do que eu. Não resolvi essa equação, mas você aparentemente resolveu.
A forma de escalar a equipe, na sua oscilação entre o 5-3-2 e o 4-3-3, este último mais clássico do que chama de “escola holandesa de futebol”, é frequente fonte de atritos entre o técnico de 63 anos e a mídia do seu país natal. Em todas as entrevistas o tema se faz presente e sempre há um comentário entre o irritadiço e o sarcástico.
– Eu já expliquei algumas vezes essas mudanças de esquema, mas as pessoas na Holanda parece que não querem entender – declarou na mesma coletiva.
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Para outros, o estilo está mais para rabugento que arrogante. A queixa à Fifa por sentir-se atrapalhado por uma câmera na lateral do campo seria um exemplo dessa faceta. Ele também chegou a resmungar sobre o horário do jogo do Brasil na última rodada da primeira fase, o que supostamente favoreceria a seleção da casa. Declaração que gerou revide de Felipão, que classificou de “burro ou mal intencionado quem diz isso”.
E os títulos por clubes, além da boa campanha da Holanda no Mundial, mostrariam que seus métodos são bem aceitos por parte dos atletas. Acumula taças por Ajax, Bayern e Barcelona, entre eles Liga dos Campeões, Mundial de Clubes, Campeonatos Alemão e Espanhol.
Curiosamente, seus jogadoressão dos que têm mais liberdade neste Mundial. Recebem visita de familiares na concentração, no Rio de Janeiro. O técnico explica que isso tem uma intenção estratégica:
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– O efeito nos jogadores da presença de mulheres e filhos ao vivo é maior que por telefone – declara, mostrando o seu viés liberal.
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Lancepress