Após vistoria de cerca de uma hora no CTG Sentinelas do Planalto, alvo de um incêndio em Santana do Livramento, a juíza Carine Labres pediu ajuda da população para “reconstruir o galpão em tempo recorde” e possibilitar a realização do casamento gay e de outros 28 casais heterossexuais neste sábado.

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– É claro que não seremos irresponsáveis de fazer um evento se houver riscos no local – ponderou a magistrada, que está sendo escoltada.

Na manhã desta quinta, a juíza já havia determinado que a cerimônia seria mantida para a mesma data e horário, mas em local a ser definido. Carine Labres é autora da polêmica proposta de se realizar uma união homossexual dentro de um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) – e durante a Semana Farroupilha.

– Vamos fazer esse casamento na mesma data e no mesmo horário combinado em respeito aos noivos. Só temos de definir o local – havia informado a magistrada para uma rádio da cidade.

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A juíza pediu que moradores de Santana do Livramento que são favoráveis ao casamento gay no CTG ajudem com mão de obra e materiais de construção. O incêndio, supostamente criminoso, afetou cerca de 40% da agremiação. As áreas mais atingidas foram o palco e parte do salão de baile. Nesta manhã, a perícia esteve no local e o galpão foi isolado.

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Qual o motivo para a intolerância em torno do casamento homossexual?

Carine Labres tem quatro anos de magistratura e atua desde dezembro em Santana do Livramento. Nascida em Lajeado, no Vale do Taquari, entende que um juiz deve contribuir para a sociedade, não se limitando às lides processuais no gabinete.

– O Judiciário organiza casamentos coletivos para pessoas com renda de até três salários mínimos, que desejam participar. São dois eventos no ano. O primeiro foi em março, no salão do júri. Pensei que o próximo poderia ser realizado em setembro, dentro de um CTG, numa homenagem à Semana Farroupilha, reunindo casais hetero e homossexuais – disse Carine, em entrevista à Zero Hora em julho deste ano.

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Na manhã desta quinta-feira, a juíza esteve reunida com a Brigada Militar, a Polícia Civil e o patrão do CTG, Gilbert Gisler.

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Solange Ramires, 24 anos, e Sabriny Benites, 26 anos, formam o primeiro par de lésbicas do país a se casar dentro de um centro de tradições gaúchas (CTG). As duas irão se somar a mais 28 casais heterossexuais que trocarão alianças na cerimônia marcada para sábado. O evento tem repercussão internacional, a se julgar pelo interesse demonstrado por jornalistas de outros países. Estão convidadas autoridades do governo do Estado, do Poder Judiciário e do Ministério Público.

Para Solange e Sabriny, é a oportunidade de formalizar uma paixão iniciada há cinco anos. Com o documento de casadas, pretendem contrair um empréstimo para comprar a casa própria.

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*Zero Hora