Prestes a encerrar mais um ano de mandato como prefeita de São José, Adeliana Dal Pont, concedeu entrevista à CBN Diário na manhã desta quarta-feira (19) fazendo um balanço de seu último ano na gestão.

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Ao longo da conversa com o apresentador Felipe Reis, Adeliana ressaltou a abertura da UPA 24h em Forquilhinha, citou a tentativa de acordo com empresas para solucionar os problemas da coleta de lixo, falou que irá implementar a Zona Azul para estacionamento de veículos em vagas públicas e também sobre a possibilidade de ceder o Centro Multiuso para a iniciativa privada, além de criticar a retirada do projeto de integração do transporte público na região metropolitana de Florianópolis.

A seguir, alguns pontos tratados na entrevista e o áudio completo da conversa entre Adeliana Dal Pont e o jornalista Felipe Reis.

Avaliação da gestão em 2018

Foi um ano muito difícil, por conta da instabilidade do país. O município sente muito, porque é quem presta os serviços. Sei que vai ter reclamações de áreas específicas, mas a prefeita teve que fazer escolhas para o uso do dinheiro. Para honrar a lei de responsabilidade fiscal, a gente só pode gastar o que arrecada, e foi o que fizemos.

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A escolha mais importante foi abrir a Unidade de Pronto Atendimento 24h, em Forquilhinha. Além da obra, o custo mensal é R$ 1,5 milhão por mês. Dá pra fazer muito asfalto com R$ 1,5 milhões, mas a população me elegeu porque queria uma Saúde melhor na cidade.

Também tivemos a ordem de serviço para a reforma da praça de Picadas do Sul e entregamos o Parque da Araucária, lançamos o projeto da revitalização do Centro Histórico e outras obras que já estão em andamento.

Tivemos coisas boas, mas é claro que a população sempre precisa de mais. Gostaria de ter mais recursos para isso.

Gestão da coleta de lixo

Em 2004 o prefeito da época fez uma licitação para dar a concessão (da gestão do lixo) a um consórcio. Em 2007, isso foi extinto através de um decreto. As empresas entraram na Justiça, ganharam em primeira instância e agora estamos recorrendo. O valor que eles pedem ultrapassa os R$ 70 milhões. Isso vem de antes da minha administração, mas é uma preocupação nossa.

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A população recebe, há pouco tempo, um carnê par ao pagamento referente a 2007. Aquele carnê é devido à empresa, referente a 6 meses. O outro 6 meses a prefeitura também não tinha pago e, hoje, (essa dívida) está em R$ 17 milhões. A partir de janeiro vamos começar a pagar parcelado. É algo que se arrasta mesmo. Estou junto com minha equipe tentando resolver esse problema, porque não dá para deixar debaixo do tapete. Fizemos um acordo com as empresas e a Câmara de Vereadores aprovou uma lei autorizando que a concessão seja devolvida, desde que as empresas abram mão dos processos na Justiça. Espero que a gente tenha uma solução.

A única mudança para o ano que vem é que vamos poder exigir mais da empresa contratada. O valor cobrado da população será quase o mesmo do ano passado, apenas (incorporando) a inflação deste ano, que é de cerca de 4,5%.

Vagas públicas para carros

Poderemos ter a implantação da Zona Azul. Abrimos um processo licitatório à pedido dos moradores e esta semana poderá ser homologada a empresa contratada. Vai melhorar bastante.

Integração metropolitana do transporte

Estamos conversando com os prefeitos de Palhoça e Biguaçu. Temos um transporte público muito deficitário. A gente abriu mão de fazer uma concorrência pra melhorar o serviço em nome de uma integração de toda a região, mas o Estado, sem qualquer explicação, retirou o projeto (de integração do transporte na Grande Florianópolis) da Assembleia, o que nos deixou muito surpresos.

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A população cobra muito os prefeitos, mas o governador e o presidente também têm responsabilidades. Até porque são eles que ficam com o dinheiro, já que apenas 17% ou 18% do arrecadado fica com as prefeituras. Essa questão dos recursos financeiros muitas vezes nos impede e fazer obras importantes.

Centro Multiuso de São José

Tivemos um vento que deu muitos problemas, arrancou muitas telhadas. Em segundo lugar, é muito frequente o roubo de fios, mesmo com segurança. É um prejuízo muito grande.

Lançamos um edital de parceria, onde uma empresa poderia ocupar o espaço pagando um recurso para a prefeitura, mas o projeto apresentado pela empresa também englobava a Beira-mar, o que não aceitamos. Ela vai continuar com as quadras e a pista aberta. Queremos uma parceria exclusiva para ao Centro Multiuso, com uma empresa que já trabalhe com a produção de eventos.

Ouça a entrevista na íntegra:

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