* Por Leticia Mendes
A família da modelo de Santa Maria, do Rio Grande do Sul, Isadora Viana Costa, 22 anos, morta em maio de 2018, em Santa Catarina, espera que o julgamento de Paulo Odilon Xisto Filho, 36 anos, ocorra o mais breve possível. A Justiça decidiu na sexta-feira (1º) que o oficial de cartório será submetido a júri pela morte da namorada.
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— Se o reitor tivesse me ligado pra dizer que minha filha ia receber um diploma na universidade, se ela me ligasse pra dizer que foi pedida em casamento, eu diria que estou realmente feliz. Na conjuntura que vivemos, posso dizer que está a contento porque acreditamos que vamos encerrar a história da Isadora com a verdade. Os laudos oficiais indicam que a minha filha foi assassinada por uma pessoa psicopata — afirmou o pai da jovem, Rogério Froner Costa, 51 anos.
Além dele e da mãe, a jovem deixou uma irmã gêmea. O pai disse ainda que a família tem lutado para que o caso de Isadora sirva de alerta e exemplo para outras mulheres, que podem se tornar novas vítimas da violência doméstica.
— Minha filha só foi uma mais atingida por essa chaga. As mulheres são vítimas de uma violência descabida e uma decisão machista que define até quando elas podem viver — afirmou.
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A modelo foi morta por trauma abdominal, em Imbituba, no Sul de SC. A defesa do oficial de cartório afirma que vai recorrer da decisão de sexta-feira e que não houve homicídio, e sim suicídio. Em contrapartida, a advogada da família de Isadora e assistente da acusação, Daniela Felix, considera que as provas de que a modelo foi vítima de feminicídio estão claras no processo:
— Ela morreu por um crime de natureza mecânica. Essa tese da defesa é, em nossa visão, fantasiosa. Serve apenas para tentar isentar o feminicida da culpa. A família deposita total confiança nas instituições do sistema de Justiça e essa decisão só reforça o devido processo legal — disse.
Xisto, que também é natural de Santa Maria, chegou a ser preso pelo crime, mas foi solto em novembro do ano passado. Ele responde ao processo em liberdade, situação que não é alterada com a decisão de pronúncia. O oficial de cartório conheceu a modelo pelas redes sociais. Ele reside em Santa Catarina.
O suspeito deverá ir a julgamento pelos crimes de homicídio qualificado (motivo fútil e pouca chance de defesa para a vítima e feminicídio), fraude processual e posse ilegal de acessório de uso restrito para arma de fogo.
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