As investigações sobre o artefato explosivo que atingiu o cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, durante a manifestação da última quinta-feira no Centro do Rio de Janeiro, seguem duas linhas periciais, além dos depoimentos das testemunhas, disse nesta sexta-feira o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso.

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Cinegrafista é atingido por bomba durante protesto no Rio

O governador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, lamentaram a agressão ao cinegrafista.

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– Custe o que custar, doa a quem doer, vamos descobrir os autores dessa barbaridade. A informação verdadeira chegará à população, seja ela responsabilizando um agente da policia ou alguma outra pessoa que tenha feito isso – disse o governador.

Santiago está internado, em estado grave, no Hospital Souza Aguiar, onde chegou com afundamento de crânio e passou por uma cirurgia durante a madrugada. Os peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) receberão todas as imagens coletadas pela polícia, inclusive as feitas por emissoras de televisão, para tentar elaborar um desenho em que conste o local exato onde estava o cinegrafista e a possível trajetória que o artefato fez antes de atingi-lo.

– A partir disso, vamos conseguir reduzir a área em que estava a pessoa que fez o lançamento (do explosivo). Vamos definir se estavam presentes policiais militares, se só havia manifestantes, se havia pessoas mascaradas. Num primeiro momento, é preciso fazer essa definição – explicou Veloso.

Outro caminho que as investigações estão seguindo é analisar a roupa que Santiago usava, em busca de vestígios materiais do artefato que o atingiu.

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– Esses fragmentos vão ser submetidos a perícia para definir o tipo de material. Com esse material, podemos definir qual foi o tipo de explosivo utilizado – completou Veloso.

Ele evitou estabelecer prazo para as investigações e adiantou que espera, em breve, ter as primeiras definições sobre a origem e o tipo de artefato, de modo a afastar algumas dúvidas:

– O esquadrão antibomba estará atuando junto com o ICCE nas investigações. Eles já me disseram que, a partir das imagens que demonstram a dispersão de gases, a intensidade e a amplitude do clarão, podem ser capazes de chegar ao artefato também.

Centenas de pessoas participaram ontem de mais uma manifestação contra o reajuste nas tarifas de ônibus no Rio de Janeiro, que passarão de R$ 2,75 para R$ 3. Os manifestantes entraram no prédio da Central do Brasil no início da noite e houve confronto com a polícia no terminal de trens e nos arredores.

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