A dúvida é: substituir Dilma por Temer vai fazer a vida melhorar? Tudo bem que no caso da substituição de Collor por Itamar fez um bem danado, mas Temer não é Itamar e agora é outro tempo e diferente circunstância.

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A outra hipótese, a de que caiam Dilma e Temer e sejam convocadas eleições, a vida vai melhorar? Claro, claro, pior do que está não pode ficar, essa é a única vantagem de ter atingido o fundo do poço, mas de tudo isso que aconteceu e está acontecendo sairá um eleitor mais qualificado?

Eu digo que não. A roubalheira que está sendo descoberta – há mais, muito mais – tinha três destinações: o bolso de figurões da política, a compra de apoio político e garantia de sucesso nas eleições. Em outras palavras, voto ainda é coisa que se vende, e de bom grado. Significativa parcela dos eleitores não se encabula em votar por escambo ou dinheiro vivo. Sejamos realistas, e francos.

Então, qual a melhor opção para sair dessa sinuca de bico em que nos metemos? Conscientizar a parte da nação que comercializa o voto sem dor de consciência leva tempo, mínimo de duas gerações. Sem discurso, então. Estamos falando da coisa prática, do aqui e do agora. Por enquanto não se vê luz no fim do poço. Mas deve haver. Tem que haver. Alguém arrisca um palpite?

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Adaptação

Foto: Nei Azambuja, arquivo pessoal

Sempre impliquei com o Papai Noel circulando pelo Brasil, em pleno verão, sem trocar aquela roupa ártica, feita para enfrentar clima com dezenas de graus abaixo de zero. Custava substituir por uma confortável bermuda, camisão e sandália? Com a cor de preferência, sem problema. O vermelho está em baixa por estas bandas, porém se fosse do gosto, nenhum problema.

Mas não, teimam em apresentá-lo como se estivesse hospedado num iglu.

Ninguém aguentaria, nem ele.

Mais realista é esta imagem de um Noel à vontade, na Praça Almirante Tamandaré, em Balneário Camboriú.

Espaçoso

Ninguém gosta mais de Blumenau e, por extensão, do Médio Vale do Itajaí, que o verão. Chega sempre antecipado, vai embora atrasado, ocupa a maior parte do ano e a gente quase nem percebe que existem primavera e outono. O inverno, espremido, é curtinho. Às vezes quase não se nota.

Campanha

Se peixes, rãs, sapos e pererecas são inimigos naturais dos mosquitos, não seria razoável tê-los como aliados na luta contra o Aedes? A pergunta é do leitor Wilson Deschamps, que sugere uma campanha: “Adote uma perereca”. Ou sapo, rã…

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O verão abafa tudo.

Não venda, irmão

Sobre a venda ou compra de votos mil conselhos já foram dados. Eu busquei mais um na literatura de cordel, que adoro. Alguns versos da obra intitulada “Venda seu voto e seja mais um ladrão” do paraibano Francisco Diniz:

“Não aja com ingenuidade/ E nem banque o esperto/ Achando que vender voto/ É comum e que é certo/ Pois quem age assim com o tempo/ Vai se sentir no deserto.

Visto que o político esperto/ Ou melhor, esse ladrão/ Depois que passa o período/ Destinado à eleição/ Desconhece o eleitor/ E ninguém o vê mais não!

Não venda seu voto, irmão/ Não alimente o tormento/ Pense bem, não se engane/Com quem doa alimento/Dinheiro ou qualquer coisa/Pois isso é fingimento!”

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Caminho de eucaliptos

Foto: Ligiane Finardi, arquivo pessoal

“Essa estrada de uma fazenda em Governador Celso Ramos sempre me chamou atenção. Vi as árvores crescendo a cada ano. Domingo me obriguei a parar na BR-101 para fotografá-la e dividir com você”. E eu divido com os leitores.