Um porto no antigo porto atrás do Biergarten, em Blumenau, é aspiração antiga. O assunto já foi exaustivamente discutido e rediscutido, há até projeto pronto. Mas não evoluiu, ancorou na intenção. E, como de praxe no Brasil, antes da obra vem a placa. Essa aí registra a inauguração, pelo então presidente Lula, do porto inexistente. A placa permanece, o porto não acontece.
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Presunção (1)
Político brasileiro adora virar nome de qualquer coisa: rua, ruela, escola, ponte, rodovia e até catamarã. Sem ter que morrer para isso. Mas a Lei Federal 6.454 é bem clara em seu Artigo 1º: “É proibido, em todo o território nacional, atribuir nome de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra escrava, em qualquer modalidade, a bem público, de qualquer natureza, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta”.
Presunção (2)
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No Maranhão de Sarney, um dos estados mais atrasados do Brasil, o atual governador resolveu cumprir a lei e decretou tirar o nome de Sarney, de Roseana, Lobão e outros da mesma turma dos bens públicos estaduais, e olha que tinha uma penca. O governador é desafeto de Sarney, claro, e só por isso tomou a iniciativa. Mas está cumprindo a lei. Deveria ser imitado em outros estados da União, de preferência por motivos nobres. Afinal, o Brasil da Lava-Jato está mudando, não cabe mais tanta vaidade, cara de pau e descumprimento da lei. Quer homenagem, doutor? Morra primeiro.
Presunção (3)
Não consta que em Santa Catarina existam bens públicos com nomes de pessoas vivas, o que não significa que não tenha. Se você souber de algum, poderia fazer a fineza de informar a coluna? Obrigado.
Generosidade
Quem domina o segredo de ganhar em loterias, se é que há, não deveria ele mesmo jogar e enriquecer sem fazer força? É muito altruísmo dedicar-se a ensinar aos outros como ganhar. Mediante módica quantia, claro. Recebi uma oferta assim essa semana, por e-mail.
Radical
“Blumenauense típico não come sushi, come Rollmops!”. Juro que ouvi essa frase numa roda de cafezinho. Pois é, há quem escolha o cardápio por ideologia, não pelo sabor.
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Sucessão
O ano eleitoral ainda não pegou. A partir da semana que vem, talvez. Da sucessão em Blumenau também não se fala, o pessoal ainda está no embalo de só discutir a corrupção, o que é compreensível. Afinal, é corrupção como nunca antes nesse país. A reeleição do atual prefeito Napoleão dependerá de conseguir botar ordem e progresso no transporte público, uma aposta e tanto. E dos nomes que se apresentarão. Talvez semana que vem o assunto engrene entre os eleitores.
Cada vez mais raras
Foto: André Schroeder, arquivo pessoal
Chego a ser chato de tanto exaltar as belezas do Vale que valem ser visitadas. Algumas delas desaparecerão, por interferência dos homens ou mudança de comportamento. Carroças como essa em cenas como essa, por exemplo. Em Pomerode, no caso, mas poderia sem em qualquer outra localidade. O Vale é bonito para qualquer lado que se olhe.