Percebi a desimportância das honrarias concedidas por órgãos de governo quando um proprietário de casa de bingo foi agraciado pela Câmara de Vereadores de Blumenau. Título de Cidadão honorário, se não me falha a memória que costuma falhar.
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Renan Calheiros, por exemplo, coleciona dezenas de comendas, títulos, medalhas, colares, sempre em reconhecimento a relevantes serviços prestados ao sofrido povo brasileiro.
Eduardo Cunha, outro político investigado pela Polícia Federal, também coleciona honrarias. Às dezenas. E, para meu desencanto, quem também adora medalhar são as Forças Armadas. Dona Marisa Letícia, por exemplo, foi medalhada pela FAB em 2007 por relevantes serviços.
Sempre foi assim, eu é que não havia notado. Em 1959 o sorridente presidente da República, Juscelino Kubistcheck, censurou Millôr Fernandes que num programa da extinta TV Tupi usou de fina ironia para criticar exatamente a facilidade de conceder honrarias vazias. Disse Millôr: “Dona Sarah Kubitschek chegou ontem ao Brasil, depois de cinco meses de viagem à Europa, e foi condecorada com a Ordem do Mérito do Trabalho”.
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Tão breve…
Foto: Valther Ostermann, Agência RBS
Bem cedinho, passando em frente, fui chamado pelo responsável de um estacionamento localizado no outro lado da rua onde está o estúdio da RBS TV, na Rua Getúlio Vargas, Centro de Blumenau:
– Já viu uma Dama da Noite?
Nunca havia visto, foi a primeira. Muitas são chamadas assim, essa é de um cacto de floração noturna. A flor pálida e bela se abre durante a noite, exala perfume intenso e aos primeiros raios de sol se encolhe e se fecha para sempre. Dama da Noite, realmente. Pálida, bela, atraente e avessa à luz do dia. Foi um prazer. Registrei seu auge.
Quase limpo
Balneário Camboriú, verdade seja dita, levou a sério a limpeza das águas e apresenta resultado animador. Nesse passo, logo poderá se gabar que lá o banho de mar é garantido. Não se poderia esperar menos do principal balneário do sul do país.
Que país é esse?
Tudo bem, verba é verba, ladrão é ladrão, mas quando a gente lê no noticiário que um prefeito é acusado de desviar verba da merenda infantil não parece crime de covardia? Aquela sensação de que roubou doce de criança, o canalha.
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Crime mais comum do que a gente lembra.
Não se acomode
O desemprego nos ronda, estraga nosso sono, tira nosso apetite. Ficar desempregado é um drama só sentido, uma angústia indescritível. Mas há um jeito de espantá-lo: ser o melhor no que faz. Investir em si mesmo, fazer cursos – muitos são grátis -, estudar, ser produtivo, proativo, tornar-se indispensável na empresa. Ninguém dispensa um indispensável.
Marijuana
Leocarlos Sieves, ambientalista e amigo, faz algumas considerações sobre a maconha, assunto abordado na coluna de quarta-feira:
– A maconha é prejudicial mesmo sendo produto natural. O tabaco também é produto natural, pois não? E a maior porta de entrada das drogas é a boca e não a maconha. A maconha pode ser, isso sim, o incentivo ao consumo de substâncias ilícitas. Já está na pauta de votações do STJ, e com voto já favorável de três ministros, não exatamente a liberação da maconha, mas a garantia do direito do cidadão à privacidade e à livre decisão de escolher o consumo de qualquer coisa, mesmo que prejudicial a sua saúde. Livre arbítrio, pois. Para finalizar: a PM faz um belo trabalho de educação e esclarecimento sobre drogas através do Proerd.
Revelação
Foto: Mariel T. Schroeder, arquivo pessoal
A coluna publica muitas fotos do André Schroeder, o Pilo, colaborador desde sempre. Hoje, finalmente, o mostra ao mundo. Ei-lo, fazendo o que gosta e faz bem desde os tempos dos Jogos Abertos: salto ornamental.
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Nada mal para um garotão de 55 anos. Pronto, agora os leitores o reconhecerão ao encontrá-lo.