“A OAS teria assumido um edifício inteiro da Bancoop só para dar um apartamentinho de uma milha ao Lula. Ora, vão se lixar nas ostras!”.
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A frase no twitter do senador Roberto Requião (PMDB-PR) chega a ser ofensiva, não pelo argumento pífio na defesa de um investigado pela Justiça, mas pela perspectiva financeira que mostra o tamanho do abismo entre suas excelências e o povão que paga impostos. O tal “apartamentinho” refere-se a uma cobertura tríplex com elevador pessoal, de frente para o mar. “Uma milha” é R$ 1 milhão de reais. Vive em outra esfera, o senador. O sonho da casa própria continua sendo a maior aspiração dos brasileiros. Uma casinha, um teto para chamar de seu. Brasileiros que sequer ousam sonhar com cobertura de frente para a praia, três andares e elevador interno. Isso é coisa de rico no país cujo salário mínimo é R$ 880.
Obviamente que o “vão se roçar nas ostras” foi para nós.
Só para registro, o tríplex em questão é avaliado em R$ 1,5 milhão. Vale mais, claro. Com essa grana se compraria apenas um apartamento de bom padrão em Balneário Camboriú. Bem choradinho.
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Vale ver
Foto: Nelson Gonsalves, arquivo pessoal
Cascata do Paulista, Alto Capivari, município de Doutor Pedrinho. Coisa linda de se ver.
Curitiba está na moda
Das três capitais no Sul do Brasil, Florianópolis era a mais atraente, Porto Alegre a mais conhecida e Curitiba a menos lembrada. Não é mais assim. Floripa perdeu mobilidade, o aeroporto não é dos melhores e a poluição ambiental ameaça as praias da ilha. Porto Alegre continua como sempre foi, tem personalidade. Curitiba, porém, atualmente é a mais citada, mais comentada e mais admirada, e não apenas por suas soluções urbanas. Virou a capital da virada, da esquina de um Brasil diferente. Da Justiça fazendo justiça baseada no, olha a novidade, “todos são iguais perante a lei”. Nunca antes nesse país.
E tem um dos melhores aeroportos do país.
É o homem, é o homem!
Em números redondos, 30 mil pessoas morrem nos Estados Unidos por ação de armas de fogo. No Brasil, 42 mil. Conclusão: não depende de liberar geral, como lá, nem desarmar total, como aqui. O ser humano é que não tem jeito.
Por pouco
Em novembro de 1994 Luis Fernando Verissimo, um dos melhores textos desse país, dizia não entender porque a Odebrecht não fazia seu próprio governo em vez de viver tentando comprar o dos outros. “Todas as obras do governo, obviamente, seriam da Odebrecht, o que eliminaria as licitações, com seu potencial de corrupção e clientelismo, e assegurariam a moralização”. Foi antes do PT chegar ao poder.
Pode-se afirmar, pois, que ela quase conseguiu. Não fosse o juiz Moro…
Pausa
A coluna vai dar um tempo no assunto “mato crescendo”, por motivo prático: só publicaria fotos de mato crescendo.
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Ansiedade
Mal posso esperar o começo da propaganda eleitoral. Os programas humorísticos na TV estão meio sem graça.
Só Vale
Foto: André Schroeder, arquivo pessoal
Tudo vale ver aqui no Vale. A ponte, ao fundo, fica na antiga localidade do Warnow, em Indaial.