A estrutura das praias que atraem gente de todos os cantos para nosso litoral é algo sempre por acabar. Nossos balneários não estão prontos, não se sabe quando estarão. Santa Catarina desperdiça um enorme potencial econômico, a miopia política de gerações de administradores públicos conseguiu até estragar o que a natureza deu de graça. Rios poluídos despejando toneladas de dejetos nas águas que deveriam ser a alegria dos banhistas é o exemplo mais visível e triste do desleixo. E a crônica falta de água nas torneiras em muitos balneários a cada temporada é outro componente a assustar viajantes que têm outras opções.

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Não se trata de crítica mal-humorada, mas de inconformidade com o que se deixa de ganhar com vagas de trabalho que não se abrem, oportunidades que se perdem, com menos dinheiro no bolso das pessoas e impostos nos cofres do governo. Há, em outros países, recantos lotados de gente consumindo que nem se comparam, em beleza e atrativos, com recantos de nosso litoral. A diferença entre uns e outros é visão empreendedora. Ou “como não aproveitar o que Deus lhe deu”.

Do fundo d?alma

Uma carta coletiva manuscrita manifestando reconhecimento e gratidão comoveu os servidores do Centro POP, braço da Secretaria de Desenvolvimento Social da prefeitura de Blumenau. Naquele centro, localizado perto da Ponte do Tamarindo, é feito o atendimento dos moradores de rua. O documento espontâneo foi entregue na sexta-feira durante o almoço natalino deles com as equipes que durante o ano os acolhem e confortam.

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Li a carta. É comovente. Em certo trecho agradecem o gesto de serem escutados quando derramam suas histórias, desejos, angústias. As equipes de atendimento, tenho certeza, consideram aquela carta o melhor presente natalino de suas vidas.

Não somos nós

Assisti em programa de TV a uma analista comentando as distorções da Previdência Social na concessão de aposentadorias. Ela exemplificava com o caso de alguns agricultores que, com poucos anos de contribuição, foram aposentados. Com um salário-mínimo. Tudo bem, distorções há e todo mundo sabe. Mas não são essas aposentadorias de salário-mínimo para pessoas que trabalham de sol a sol a causa do alardeado rombo nos cofres da Previdência. O buraco é por conta dos administradores do sistema. É mais em cima, pois.

Ao léu

A frase famosa é feita de uma pergunta e uma afirmação: “Hay gobierno? Soy contra!”.

No Brasil estamos reduzidos à pergunta. E o pior é que no hay!

Dúvida

Quando o ministro Jaques Wagner alardeava, semana passada, que é Dilma quem banca a política econômica, estava afirmando a autoridade da presidente ou entregando a responsável pela bagunça que está nos saindo tão caro?

Vida curta

Neste mês a gente se comove com as muitas atitudes de solidariedade, a preocupação com as crianças mais necessitadas, as doações, os gestos, algumas lágrimas, muitos sorrisos… E nem se dá conta de que tudo termina dia 24, como se tivesse findado uma etapa.

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O espírito de Natal tem vida curta, duas semanas por ano. O mundo seria um lugar melhor se durasse o ano inteiro, todos os anos.