Tudo bem, ou melhor, tudo mal, 2015 vai sair de nosso calendário em poucas horas, porém, levará tempo para sair de nossas vidas. As consequências do ano péssimo nos acompanharão na virada e as feridas demorarão a criar casquinha para depois virar cicatriz. A gente sai dessa, ora se sai, apesar das dificuldades que o governo inventa. Sexta-feira será um dia igual aos outros, mas será o primeiro dia do ano em que poderemos tirar o pé da jaca, pois quando se está no fundo do poço só resta subir. Pergunte a qualquer balde.
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Sair do poço em que nos enfiaram dependerá muito mais de nós do que de um governo incapaz de reconquistar a confiança de quem um dia nele confiou. Derrotar a dengue, por exemplo, depende de nós, que damos vida fácil para o mosquito. Podemos mudar o jogo e aí será um ganho e tanto, já que a saúde no Brasil está uma lástima, longe da perfeição como um dia foi mentirosamente apregoado. Depende só de nós não dirigir depois de uns tragos, respeitar a sinalização, não jogar lixo nas ruas, informar-se antes de opinar, praticar solidariedade, tolerância e o quase esquecido “o que não é meu eu não pego”.
E, claro, depois de tudo, depois de nos comportarmos melhor, acompanhar e cobrar dos mandatários um pouco de atenção para com o nosso país, lembrando-lhes que mandatários exercem um mandato determinado por nós. OK, temos escolhido mal, a coisa exige mais acompanhamento e cobrança, podemos fazer isso. Como disse, depende de nós. Que ninguém se iluda, a mudança terá que começar pelo andar de baixo, até porque todas as mudanças prometidas pelo andar de cima ficaram na promessa, nas mentiras de sempre para uma nação que sempre gostou de nelas acreditar. Mudamos nós para tudo mudar, ou nos acomodamos no fundo desse poço e paramos de reclamar.
Está certo que precisamos reagir e fazer um ano bom suceder um ano ruim, mas nem todos estão nessa. A gata aqui de casa, resgatada das ruas ainda pequena, anda depressiva. Acho que está antevendo o estresse do foguetório da meia-noite. Já sofreu outros e, como todo animal, não se acostuma.
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O pupilo
Eduardo Cunha afirmou terça-feira que vai dar “de presente” caso sejam encontradas novas contas dele no exterior. As quatro que já foram não valem, claro. Está cada vez mais parecido com Maluf.
Cena comum
Pai e/ou mãe levando o filho ou filha pela mão e furando o sinal de pedestre certamente nem se dá conta do mal que faz à criança. Educação fundamental começa em casa, esqueceram-se?
Sonho
Você certamente é um dos milhões de apostadores que até dão uma viajadinha na imaginação com a Mega da Virada, que será sorteada dia 31. Quase R$ 300 milhões, é de sonhar mesmo. A probabilidade de acertar apostando seis dezenas é de uma em 50.063.860, ou seja, só em sonho. Tem que ter nascido virado para a lua. E, no entanto, jogamos. Estou fazendo figa, querendo que não saia para Brasília ou adjacências como costuma acontecer nos acumulados.
Vai um abraço?
Fica meio chavão, mas e daí? A ocasião é adequada para agradecer aos amigos e amigas que mais um ano me acompanharam diariamente aqui na porta dos fundos do jornal, pelo carinho e/ou cobrança que fizeram, pelas colaborações que enviaram, pelas fotos. Tem jeitão de despedida, não é? Mas não é, ô turma da dedução rápida! É apenas um agradecimento, um abraço que às vezes dá vontade de dar em quem a gente gosta. Você, no caso. Ano que vem a gente tá junto, de novo e outra vez.
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