Lá em Florianópolis o pessoal responsável pela segurança pública puxa a estatística de Blumenau e conclui: a cidade é pacata, há poucos homicídios.

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E nos botam lá para o meio da fila de espera por mais policiais. Só que não é assim. Pra começar, não são poucos os homicídios, mesmo que no comparativo com outras cidades mais violentas o número seja menor.

Mas deem uma olhada no noticiário local, autoridades. Estão entrando em nossas casas, botando o cano da arma em nossas cabeças, nos amarrando e levando grana, objetos e carro. Todos os dias, mais de uma ocorrência por dia. E todos os dias furtam carros, motos, fios da rede e cabos. Noite e dia. Ultimamente mais de dia que de noite.

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Das antigas

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Foto: Valther Ostermann, Agência RBS

Há profissões que desaparecem e outras que resistem. José Pereira é mestre sapateiro há quatro décadas. Cruzo com ele todos os dias na Rua Ângelo Dias, Centro de Blumenau, onde exerce sua arte. Receptivo, bem falante, relata com prazer sua trajetória na profissão. “Somos poucos, aqui no Centro restam cinco”, contabiliza.

É de admirar que nessa época do descartável ainda haja mercado para manter a oficina de Mestre José. Mas há.

Confuso

A Ponte dos Arcos, em Blumenau, serviu à Estrada de Ferro nos tempos em que a Maria Fumaça percorria o Vale. As locomotivas foram desativadas e não existe mais estrada de ferro. Mas a bela ponte continua sendo útil, servindo agora ao trânsito de carros. Só tem o seguinte: cuidado quando transitar por lá. Cruzar a ponte em direção ao bairro Ponta Aguda é algo que exige dos motoristas toda a atenção do mundo e um anjo da guarda competente. É confuso e perigoso na saída. Nada que um guarda de trânsito não resolva, pelo menos nas horas mais congestionadas.

Definições

O atual momento político faz lembrar uma frase de Antônio Ermírio de Moraes, empresário e benemérito que tentou a política e desistiu enojado:

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– Há uma nítida diferença ente estadista e político. O primeiro é alguém que pertence à nação; o segundo, alguém que pensa que a nação lhe pertence.

Alô? Alô?

Lá na Vila Itoupava, antes tão pacata, o pessoal da Rua Erwin Manzke não se acostuma com os frequentes furtos dos cabos de telefonia. Três vezes nas últimas três semanas.

Dá pra ser feliz?

E não é?

É certo que algumas multas de trânsito são absurdas e até inventadas, como é o caso de alguém daqui ser multado em São Paulo, onde nunca dirigiu. Mas também é certo que sem monitoramento eletrônico, fiscalização e multas a tragédia do trânsito seria infinitamente maior. O que ainda segura um pouco os incautos é a possibilidade de punição. Deveria ser certeza.

Coisa Nossa

Foto: André Schroeder, arquivo pessoal

Fala sério, enxaimel autêntico e extremamente bem conservado, com floreiras na janela e cortinas coloridas é algo que não se vê em qualquer lugar além de nossa região.

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