Começo de verão não dá outra, o mato cresce adoidado e crescem os flagrantes enviados à coluna. Assunto batido, ninguém dá conta nem nunca vai dar, a prefeitura apanha muito, faz parte do calendário da estação quente. Mas a coluna botou no miolo que 2016 será o ano do abraço. Combate ao aedes, aquele mosquito sacana: autoridade sanitária de braço dado com o cidadão e a cidad ã, eis a soluçã (foi pra rimar). Combate à violência: a sociedade abraçada às forças policiais, sem omissão e com total colaboração, pois alguém sempre sabe, ou sabe quem sabe. Combate ao mato urbano: cada dono de terreno cuida muito bem do seu, cada proprietário de imóvel mantém sua calçada íntegra e limpa, o resto se cobra da prefeitura.

Continua depois da publicidade

Assim por diante.

::: Leia outras colunas do Valther Ostermann

Desnecessário (1)

Olha, não é por nada, não, mas a presidente Dilma parece não ter com quem contar para evitar mais desgaste na já desgastada imagem do governo.

Continua depois da publicidade

Senão, vejamos: o orçamento do governo, feito (pelo governo) e encaminhado ao Congresso, prevê uma navalhada de R$ 133 milhões no orçamento da Polícia Federal. Sentiram? Alguns delegados não se acanharam, botaram a boca no trombone dizendo “aí tem”, considerando que a avareza pode prejudicar ações da Lava-Jato.

Apenas isso, a possibilidade de o governo estar tentando atrapalhar a investigação do maior esquema de corrupção da história desse país, já seria ruim o suficiente.

Desnecessário (2)

O ministro da Justiça, querendo consertar o estrago e apaziguar a rapaziada da Federal, declara que “nenhuma operação da PF sofrerá corte por força da situação orçamentária” e que está mantendo diálogo com o Planejamento para, quem sabe, recompor os cortes.

O que a presidente parece não perceber: mantendo o corte, que, aliás, é geral, fica aquele mal estar, aquela suspeita no ar, o mundo político é alimentado por intrigas. Se cancelar o corte, ou diminuí-lo, dará a impressão de agir sem firmeza, decide, alguém berra, volta atrás.

Continua depois da publicidade

Precisava nada disso. Dilma não tem com quem contar ou não quer ter?

Se tiver, tão sacaneando.

Necessária

A continuidade da operação Lava-Jato é essencial para as áreas da educação, saúde, infraestrutura, transportes, comunicações, agronegócio, comércio, indústria, enfim, todas. Delas é que são desviados os muitos bilhões para o bolso dos ladrões e de um projeto de poder.

Não é?

Bem que em 1964, quando de distrito passou a ser município, Balneário Camboriú poderia ter escolhido outro nome ou negociado com o município original. Camboriú e Balneário Camboriú às vezes confunde quem não é daqui. Às vezes até quem é.

Sáurios

Foto: André Schroeder, arquivo pessoal

Embora não se tenha notícia de incidentes com eles e nem que sejam peçonhentos os que vivem no Brasil, dão medo à maioria. São julgados pela aparência, o que até é bom, já que assim são deixados em paz. Mas, olha só, podem ser amigáveis, desde que você ofereça ovos, algo irresistível para um lagarto. Há casos de amizade sincera.