Quem nunca parou no Centro de Joinville para tomar um caldo de cana? E quantas vezes essa parada não foi ali, ao lado da Catedral? O ponto, que existe há 32 anos, é comandado há pelo menos dez por Valter da Costa, um senhor de 56 anos que já morou em várias cidades, mas ainda não perdeu o sotaque da terra natal: Laguna, no Sul do Estado.
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Um dos primeiros investimentos de Valter foi um bar perto do Shopping Mueller, naquela época em construção. Ele fornecia marmitas para o pessoal que trabalhava na obra, o que rendeu um bom dinheiro. Passaram-se alguns anos até Valter instalar uma barraca de caldo de cana um pouco à frente àquela da Catedral – ele aprendeu a fazer caldo de cana na infância, quando trabalhava na roça.
– O ponto onde eu abri a lanchonete era do filho do dono do caldo de cana aqui. Desde aquela época, eu tinha intenção de vir pra esse local – conta.
Foi ali, naquele novo ponto, que seu Valter aperfeiçoou o modo de preparar o caldo de cana, uma das bebidas preferidas dele e que hoje virou ganha-pão. Quando o fundador do caldo de cana mais tradicional resolveu vender o ponto, logo fez a proposta para Valter, que agarrou a oportunidade e deu um toque pessoal ao novo empreendimento:
– Antes, era só caldo de cana. Hoje tem café, refrigerante e salgados. Virou uma lanchonete mesmo – orgulha-se.
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Além das mudanças, garantiu um horário de atendimento estendido, diariamente, das 7 até as 22 horas, tão puxado quanto a própria rotina do dono, mas que é o segredo do sucesso, segundo ele. Valter levanta todos os dias perto das cinco horas da manhã, já preocupado com a lanchonete. Vai para o trabalho, mas não passa o dia todo ali. Tira uma parte do tempo para os fornecedores. À noite, retorna para o trabalho e, quando chega em casa, é indispensável sentar na frente da TV e assistir ao telejornal.
Para a cama, só vai à meia-noite. Juntamente com a família, ele continua tocando o negócio, sempre valorizando a cana plantada e colhida aqui na cidade, inclusive dando auxílio aos produtores.
– Eu acho que a gente tem de valorizar o que é daqui, por isso ajudo – comenta.
O resultado é um trabalho conhecido no mundo todo, como ele mesmo diz por conta dos turistas que, ao visitarem a Catedral, acabam apreciando a bebida. Ele conta que, volta e meia, aparece um argentino ou “mexicano” por ali para matar a sede com um caldo de cana geladinho.