O esquema criminoso do qual a empresa do influenciador fitness Renato Cariani supostamente participava teria movimentado cerca de R$ 6 milhões em seis anos, segundo a Polícia Federal, com o desvio de substâncias químicas para fabricar drogas. A produção resultaria em “valores estratosféricos” no mercado clandestino, de acordo com o delegado da PF, Vitor Beppu Vivaldi. As informações são do Metrópoles.

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A Operação Hinsberg, deflagrada na manhã desta terça-feira (12), investiga a Anidrol, uma indústria química que fica em Diadema, na Grande São Paulo, e da qual Cariani é sócio. Entre as substâncias supostamente desviadas estão lidocaína, fenacetina, manitol, ácido sulfúrico, éter etílico e acetona.

— Essas substâncias também têm aplicações lícitas. Mas todas elas são usadas na produção ou no refino de crack — disse Vivaldi.

A estimativa, conforme a investigação, é de que o quilo do crack no mercado interno brasileiro seja vendido entre US$ 3 mil e US$ 5 mil.

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— Segundo a análise que a gente fez através da nossa perícia, foram 12 toneladas de produtos desviados no período. A partir dessas 12 toneladas, entraram no mercado de consumo de drogas cerca de 15 toneladas de crack — disse Fabrizio Galli, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, ao Metrópoles.

Imagens da Operação Hinsberg

Cariani se pronuncia

O empresário se pronunciou sobre o caso no início da tarde desta terça (12), em um vídeo publicado nas redes sociais. Ele disse que foi surpreendido pela operação e afirmou ainda que não sabe detalhes sobre o caso, que corre em segredo de Justiça.

O inflenciador saiu em defesa da companhia que foi fundada em 1981 e disse que ela é ” totalmente regulada”.

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“Ela tem mais de 40 anos de história, é uma empresa linda, onde a minha sócia com 71 anos é a grande administradora e gestora. A empresa tem todas as licenças, todas as certificações nacionais e internacionais, e trabalha totalmente regulada. Então, para mim, pra minha sócia e para todas as pessoas foi uma surpresa”, escreveu.

Cariani também agradeceu as mensagens de apoio e enalteceu a própria trajetória. Com mais de sete milhões de seguidores no Instagram, o influenciador se dedica ao mundo fitness.

“Obrigada a você que conhece a minha história, que sabe como eu trabalho, que acompanha o que eu divido todo dia aqui no meu Instagram, nos meus podcasts, que sabe como eu fui construindo cada uma das empresas, como eu trabalho todo dia, então muito obrigado”.

Operação

Conforme a Polícia Federal, a investigação teve início em 2022, depois de uma empresa farmacêutica multinacional comunicar que foi notificada pela Receita Federal sobre notas fiscais faturadas em nome dela com pagamento em dinheiro não declaradas.

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O estabelecimento, no entanto, alegou que nunca fez a aquisição do produto, não tinha esses fornecedores e desconhecia os depositantes. Com as informações, a Polícia Federal deu início à investigação e identificou, entre 2014 e 2021, que o grupo criminoso emitiu e faturou notas em nome de três empresas grandes de forma fraudulenta: AstraZeneca, LBS e Cloroquímica.

A PF pediu a prisão de três envolvidos, no entanto, a Justiça negou a solicitação, mesmo com o parecer favorável do Ministério Público.

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