A queda dos preços pagos por materiais recicláveis chega a pelo menos 50% em Joinville em relação ao ano passado. A baixa começou em novembro de 2008 e continua. Isso já começa a desestimular os catadores da cidade, que têm abandonado a atividade. Os três centros de reciclagem, que recebem os materiais recolhidos pela coleta seletiva de lixo, estão faturando menos.
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– Não tem compensado puxar carrinho. Muitos deixaram o trabalho para ajudar na associação – explica Gislaine Ferreira, de 30 anos, da associação de catadores da comunidade Rio do Ferro, no Aventureiro.
Lá trabalham 28 pessoas, que separam os materiais recicláveis, como plástico, papel, vidro e metais. Segundo ela, a expectativa é que os preços comecem a melhorar no segundo semestre, quando o setor de embalagens começa a se preparar para as vendas de fim de ano.
Também está difícil achar compradores. Como as indústrias que transformam o material reciclável (todas fora do Estado) baixaram a produção, revendedores e cooperativas estão com estoques altos. Um dos materiais mais difíceis de vender é o papelão. O quilo de papelão prensado caiu de cerca de R$ 0,25 para R$ 0,16, no preço cobrado na venda para os atravessadores.
Já um catador de rua recebe bem menos: de R$ 0,03 a R$ 0,04 por quilo. Até mesmo as latinhas de alumínio, um dos dejetos mais procurados por causa do valor, estão sobrando nas lixeiras. Em janeiro de 2008, o quilo do material rendia até R$ 3,50. Agora, pode não passar de R$ 1.
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Outro aspecto da baixa nos valores é o aumento de lixo a ser coletado pela Engepasa Ambiental. Segundo o gerente regional Luiz Antônio Weinand, os caminhões da empresa estão fazendo mais viagens para coletar o dobro de lixo (cerca de 300 toneladas mensais).