A vida do empresário Valmir Mendes, de 63 anos, dono de confecção no bairro Iririú, é parecida com a de muitos joinvilenses que migraram para a zona Leste de Joinville em busca de emprego na Fundição Tupy, na década de 1970, exceto por um detalhe: dois anos depois de ter vindo de Lauro Müller, no Sul do Estado, Valmir e um grande amigo, que ele considera um irmão, João José de Oliveira, o Berola, falecido em 2003, aventuraram-se a buscar rolos de tecido em São Paulo e a terceirizar a confecção de roupas.
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A aventura, como ele diz, começou depois de ter trabalhado dois anos na Tupy e ter entrado na Prosdócimo, onde foi boleiro razoável entre colegas. O tecido trazido de fora do Estado alimentava um pequeno negócio nos fundos da casa de parentes, que também passaram a seguir os passos de Valmir e a migrar para Joinville.
– Era a época depois das enchentes no Sul, quando veio muita gente para cá. A situação era ruim, e Joinville era a cidade das oportunidades na época -, lembra.
Ao chegar, diz que as condições não eram fáceis.
– Cheguei a dormir no chão de pensão, até voltar para o Sul, um ano depois, trazer minha esposa, com quem já namorava, e me estabelecer em Joinville.
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No início, a família toda participava da talhação (corte) de peças de roupa que Valmir e Berola traziam de fora. Depois, as peças eram enviadas por eles às costureiras. Valmir mesmo é que saía vender as roupas no atacado a lojas da região.
O negócio foi dando certo a ponto de tomar conta de toda a casa da família, na rua Senador Rodrigo Lobo, e eles se mudarem. Hoje, a confecção emprega 40 funcionários diretos e 80 indiretos e vende roupas de diversos tipos e para diversos públicos em quatro Estados do Sul e Sudeste.
Com a vida realizada e os filhos Júnior, 33, e Elisiane, 37, já à frente do negócio, Valmir agradece pelas oportunidades que Joinville lhe deu e diz que quer mesmo é dedicar mais tempo a si mesmo e a seu maior hobby: o jogo de carteado e o papo com os amigos.