Alberto de Souza Vieira
Economista, morador de Florianópolis
Hoje, passados mais de 44 anos, me lembro com nitidez da ilustre visita do ex-presidente Juscelino Kubitscheck à minha pequena Sacramento, no Triângulo Mineiro.
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Foi numa tarde em fins de outubro de 1968, que eu, com meus 12 anos, fiquei o tempo que pude perto daquele que foi um dos maiores presidentes do Brasil. Naquela época, em plena vigência do governo militar e pouco antes da promulgação do AI-5, o presidente Juscelino corria o país pregando os princípios democráticos que norteavam a sua vida pública. Mesmo as pequenas cidades eram visitadas e ali, perto do povo, de forma simples, comunicativa, carismática, inseria esse sentimento democrático na consciência de quem o ouvia, de quem o via, de quem presenciava o exemplo de vida que transmitia. Por fatos como este, éramos muito mais sensíveis e envolvidos, desde muito cedo, com a política de qualidade, praticada com base em princípios e não sustentada pelo toma lá dá cá, hoje tão em voga no país.
Na foto aparecem alguns políticos ilustres da minha terra, que ali fizeram história, naquela que era uma das mais democráticas esquinas da cidade, o Hollywood Bar e a Alfaiataria do Sussu, o Senadinho. Lá tudo se discutia, fosse da Arena, fosse do MDB, fosse oriundo da UDN ou fosse do PSD. Dali, seguiu para a igreja matriz, logo ao lado, onde batizou Sarah, a filha de um político local que, com seu nome, homenageava a esposa daquele presidente. E eu, o tempo todo ao lado dele, me fiz presente em um bom número de fotos, imagens históricas, guardadas com apreço. O descansar da mão de JK em meu ombro é um daqueles instantes fotografados que, se programado, não teria saído tão bem.
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