O RESGATE DA CRIANÇA QUE HÁ DENTRO DE NÓS
Guilherme Diefenthaeler
Jornalista, diretor da agência Mercado de Comunicação em Joinville
Sou quase um cinquentão – faço 47 na terça-feira, agora. Mas, descontada a barba prateada, a calvície acentuada e os quilinhos adicionais, não raro me sinto com os cinco ou seis aninhos que devo ter na foto aí de baixo (sou o bem da esquerda, o do capuz de duende), clicada lá por 1971. O registro emergiu dos álbuns da minha irmã Isabel, que estes dias nos presenteou com a imagem, aos manos e primos nela retratados, inspirando nostálgicas e preciosas reminiscências. A melhor das impressões que essa meteórica viagem no tempo me deixa é justamente o resgate da criança que todos trazem dentro de si, e que é sempre saudável deixar aflorar. Continua depois da publicidade Continua depois da publicidade O que sou hoje, afinal, é reflexo do que o gurizinho da foto viveu, em preto e branco, em dias como aquele. Meus irmãos Gustavo e Isabel (ao meu lado), Ricardo (o loirinho na outra ponta), meus primos Fernando (o mais alto) e Álvaro, meu tio Carlos (ajoelhado) e o paizão José Theobaldo (eis a origem da minha calvície?) posam para a posteridade em uma das inúmeras competições das quais o Páris dos Álamos da Cavalhada, este garboso pastor-alemão, participava. O Páris – nome pomposo que faz referência a um dos filhos do rei de Troia, na mitologia grega – era o cachorrão do meu pai. O doutor Theobaldo adorava o bichão, o que talvez explique em parte a predileção dos filhos (acho que quase todos) pelo melhor amigo do homem. A piazada sempre acompanhava o pai e o tio nessas competições, em que cachorros de diversas raças se exibiam, entre obstáculos, em uma espécie de clube nos confins de Porto Alegre. Ao que parece, naquele dia, o Páris levou a melhor – o Gustavo carrega um troféu, meio escondido, que não me deixa mentir. Não me recordo de tal detalhe, mas a Isabel jura que tomávamos “Grapete”, imagino que antes e depois de ver o Páris ganhar medalhas. Então, um brinde de “Grapete” às boas lembranças! ENVIE TAMBÉM A SUA HISTÓRIA
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