João Baptista Pereira

Arquiteto e morador de Florianópolis

Estávamos no apartamento de Luis Paulo Peixoto, em 1979, em uma festa para receber o ator Nuno Leal Maia, na cidade com uma peça no Teatro Álvaro de Carvalho (TAC). Peixoto era o agitador cultural da Ilha. Com sua galeria de arte, lançava, valorizava e resgatava o melhor da arte de Florianópolis. Era uma pessoa superamiga, que recebia todos com carinho e tinha mente aberta.

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Fazíamos parte de uma geração dourada, que quebrou alguns paradigmas de uma ilha idílica, paradisíaca, porém conservadora e provinciana. Gostávamos de rock, surfe e brotos, como falava nosso guru Cacau Menezes. Chocávamos e empolgávamos pelas nossas roupas descoladas, pela paixão pela liberdade e pelo desejo de viver a vida com intensidade e adrenalina.

Quem está na foto? Em pé, da esquerda para direita: um amigo do Beto Stodieck do Rio; Maria Modesto, a musa do surfe; Beto Stodieck, jornalista e formador de opiniões, crítico e irreverente agitador dos bons costumes de Florianópolis; Morena do Rio; Paulinho Pescador, surfista, mergulhador e namorado da Claudinha Pop; Rabelo, surfista do Balneário Estreito; Dedinho, que organizava os campeonatos de surfe da Joaca e da Mole; eu, João Baptista Pereira, que com 20 anos, estudava arquitetura na UFSC e surfava. Sentados da esquerda para direita: Morena Rosa, amiga de todos; dr. Rômulo Coutinho de Azevedo, irmão do Ury, meu colega de UFSC ; o artista plástico Max, com as pandorgas, as festas do Morro do Tico-Tico, onde recebia artistas como As Frenéticas, Rita Lee e Gilberto Gil; Nuno Leal Maia, amigo do Peixoto; Toló, surfista e prefeitinho da Joaquina; o Junior, surfista, amigo e vizinho; Faquinha, surfista e hoje delegado em Floripa; e por último a figura ao lado que surgiu e ficou na festa, o Trincado.

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Éramos todos amigos e frequentávamos o Iron Bar, a Boite do 12, o Bar do Agapito, o bar Água Doce do Estreito, a Loja Marrocana, as loucas festas de Tubarão da Jadna Freitas, o Cabo de Santa Marta. Fica a tristeza e a saudade dos que foram para o oriente eterno – Toló, Dr. Rômulo, Beto Stodieck, Peixoto, Max, Rabelo e Dedinho, todos insubstituíveis. Gostaria de contatar outros amigos dessa geração para podermos documentar nossa juventude.

Para participar

O espaço O passado valeu a pena é publicado todos os domingos, com a colaboração de leitores. Para participar, basta enviar uma foto antiga que marcou a sua vida e contar em até 20 linhas sobre as lembranças que aquela imagem lhe traz. O telefone para contato é (48) 3216-3943 e o e-mail é diariodoleitor@diario.com.br. As colaborações podem ser enviadas também por carta, para o endereço SC-401, nº 4.190, torre A, Bairro Saco Grande, Florianópolis. O CEP é o 88032-005. A participação é gratuita.