Era abril de 1949, chegávamos ao Brasil meu marido Zygmunt Matys, uma filha de dois anos, e eu, Leokadia, que estava grávida. Trazíamos na bagagem uma banheira de zinco, uma frigideira de ferro, um moedor de carne e uma espátula de alumínio para fazer panquecas que existe até hoje. Estávamos deixando para trás a Alemanha destruída pela guerra e a nossa pátria, a Polônia, ocupada pelos russos.
Continua depois da publicidade

Havíamos passado os últimos 10 anos de nossas vidas em campos de trabalho e após o término da guerra éramos tutorados pelos países aliados. Quando fomos encaminhados para emigrar, escolhemos o Brasil como nossa segunda pátria. Nossa decisão baseou-se no clima do Sul (menos quente), num país em desenvolvimento e principalmente porque não havia perspectiva de guerras.
Desembarcamos no Brasil na Ilha das Flores, Rio de Janeiro, para uma quarentena, juntamente com muitas outras famílias que estavam na mesma situação. Em Florianópolis, fomos alojados no Clube Tiro Alemão, na Rua Mauro Ramos. Ali também estavam várias famílias que foram ajudadas a encontrar trabalho e casa para morar. Em poucos anos – já em 1953 -, adquirimos nossa casa num bairro no continente, o recém-loteado Balneário. Vários outros estrangeiros se instalaram ali, formando uma comunidade de origens diversas: Matys, Baranenko, Kovalenko, Brilow, Hachow, Marchaeck, Kluchewski e Veriguine.
