LONGA CAMINHADA ENTRE O SONHO E A REALIDADE
Michel Omena
Analista Ambiental do Parque Nacional de São Joaquim, morador de Urubici
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Atualmente, o meio ambiente, sua proteção, uso, degradação são assuntos comuns nas rodas de conversa. Imagine isso em 1957 ou antes. Área protegida só se fosse um banco ou quartel. Pensar em proteger a natureza na década de 1950, jamais. Mas existiu um homem, um agrônomo, que vislumbrava a vocação da região serrana de SC, o turismo de natureza – o ecoturismo – e isso só poderia ser feito se parássemos ou, ao menos, diminuíssemos o ritmo de desmatamento das matas de araucárias.
Seu grito foi ouvido anos depois, em 6 de julho de 1961, quando, decreto do presidente Jânio Quadros, criou o Parque Nacional de São Joaquim, hoje localizado entre Urubici, Grão Pará, Orleans e Bom Jardim da Serra, todos em Santa Catarina. O nome deste visionário era João Rodrigues de Mattos, joaquinense, casado com dona Hilda. Em 1957, o INP encontrou 4 milhões de pinheiros exploráveis em São Joaquim.
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A preocupação era de que, se este recenseamento se aproximasse da realidade, cerca de 90% do pinhal estaria vendido a madeireiras do RS. Por isso, chamou a atenção à necessidade de criação do Parque Florestal em São Joaquim. O local garantiria a proteção de paisagens da Serra e serviria para desenvolver o turismo quando do declínio da indústria madeireira.
Este parque, que até poucos anos só existia no papel, se tornou realidade, e o sonho de Mattos hoje é a quinta unidade de conservação federal mais visitada do país em 2012. Muito ainda há de ser feito para melhorar a infraestrutura do local, mas diante do que ele imaginou, em 1957, do potencial turístico desta linda região que é orgulho dos catarinenses, tudo é possível.
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