A mineradora Vale espera chegar a um acordo com os sindicatos de Minas Gerais e do Mato Grosso do Sul sobre a proposta de licença remunerada, feita hoje aos trabalhadores, nos próximos dias. Segundo o diretor global de recursos humanos e desenvolvimento organizacional, Marco Dalpozzo, a proposta é fruto de conversas entre a Vale e os sindicatos, e a empresa está otimista em relação à adesão dos trabalhadores ao plano.

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A iniciativa prevê a concessão de licença remunerada sem a suspensão do contrato de trabalho, assim como a manutenção do nível de emprego, até 31 de maio, para todos os empregados vinculados aos sindicatos que aceitarem a proposta. Durante a licença, os trabalhadores receberão 50% do salário-base, garantido o piso de R$ 856,00.

– A intenção da Vale é ganhar tempo, porque a empresa não tem uma visão clara sobre o cenário do mercado nos próximos meses – disse.

Segundo ele, esta é a medida que parece mais “moderna e adequada” para o momento atual. A companhia não informou quantos funcionários devem sair de licença, já que isso dependerá das negociações com os sindicatos. A empresa também vai levantar o número de trabalhadores necessários para seguir com suas operações. Segundo Dalpozzo, parte dos 5,5 mil funcionários que entraram em férias coletivas no ano passado estão voltando gradualmente ao trabalho.

– Precisaremos estudar o número de pessoas elegíveis – disse.

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Parte dos empregados será encaminhada para outras áreas da empresa, como o setor de manutenção. Atualmente, a Vale tem 19 mil empregados em Minas Gerais e 350 funcionários em Mato Grosso do Sul. Em todo o País, o número de empregados da empresa chega a 45 mil.

Outras regiões

A Vale informou que poderá adotar medidas semelhantes em outras regiões do Brasil.

– Poderemos buscar a mesma solução em outras áreas, a depender do comportamento do mercado e da necessidade de cortar produção – disse Dalpozzo, em teleconferência.

Questionado sobre quais poderiam ser estas áreas, o executivo afirmou que ainda não existe nenhuma definição neste sentido. Segundo ele, caso a proposta não seja aceita pelo sindicato, o plano da Vale não é fazer demissões em massa.

– Não estamos usando esta lógica. Estamos fazendo um esforço para manter o nível de emprego e preservar trabalhadores qualificados, que serão necessários quando a crise passar – afirmou.

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Dalpozzo destacou que o objetivo da empresa com a medida não é cortar gastos porque ela tem uma situação de caixa privilegiada, após ter captado US$ 12 bilhões no ano passado. O executivo informou que a Vale não procurou nem pretende procurar o governo para pedir nenhum recurso público para colocar este plano em prática.