Uma reunião entre a administração da Vale na Nova Caledônia, uma das três operadoras de níquel no arquipélago, e os sindicatos ocorreu nesta sexta-feira, durante a qual o fechamento da usina do sul, motivo de preocupação desde o início julho, não foi discutido, de acordo com os sindicatos.

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“Três questões principais foram identificadas durante a discussão: continuar a produção e a redução dos custos; encontrar um ou mais parceiros para investir; obter o apoio do governo da Nova Caledônia e das autoridades francesas”, explicou Pierre Tuiteala, secretário-geral do Soenc Nickel, sindicato majoritário na empresa.

A inter-sindical, que inclui a União Sindical dos Trabalhadores Kanak e Explorados (Uske), a União dos Setores Gerais, do Comércio e da Indústria na Nova Caledônia (USGTINC) e a CFE-CGC, estimou que “a situação continua a ser preocupante e a ameaça de fechamento imediato ainda é real”.

Uma nova reunião entre a companhia e os sindicatos está agendada para a próxima semana.

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Além disso, os líderes sindicais do Soenc Nickel vão viajar para Paris em 21 de agosto, onde serão recebidos em Matignon, no Palácio do Eliseu e no Ministério do Ultramar.

De acordo com comentários divulgados no início de julho pela Metal Bulletin, o CEO da Vale Fabio Schvartsman teria dito que a “Vale Nova Caledônia consumiu 1,3 bilhão de dólares nos últimos três anos e precisa ser fechada”.

Localizada no sul do arquipélago, 95% de propriedade da Vale, a usina emprega 870 pessoas e produziu 35.000 toneladas de níquel em 2016.

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Devido à desaceleração da economia chinesa e a ascensão de países produtores a baixo custo, o preço do níquel caiu pela metade nos últimos três anos e custa atualmente cerca de US$ 9.000 por tonelada.

O setor de mineração, que é o coração econômico do arquipélago, emprega cerca de 7.000 pessoas, ou 11% dos empregos privados, e é duramente atingido pela queda nos preços.

No ano passado, o Estado socorreu às pressas a indústria de níquel, concedendo às três operadoras – Eramet, Vale e Glencore – ajuda na forma de empréstimos, garantias de empréstimos ou isenções fiscais para investimentos.

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* AFP