Obras importantes contra enchentes no Vale do Itajaí, recomendadas há mais de uma década pela Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica), devem finalmente sair do papel. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta sexta-feira (26) a liberação de R$ 536 milhões para construção de três barragens, melhoramento do Itajaí-Mirim e intervenções no Itajaí-Açu.

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Na lista estão R$ 129 milhões para construção de duas barragens em Pouso Redondo, cada uma com capacidade para cerca de 5 milhões de metros cúbicos de água. São pequenas em comparação às três existentes hoje no Vale do Itajaí, mas devem conter a água da chuva no Rio das Pombas e proteger não apenas a cidade onde serão erguidas, como ainda Rio do Oeste e Laurentino.

Outros R$ 155 milhões serão para a construção da barragem de Botuverá. Quando pronta, essa será a primeira estrutura a conter a água do Rio Itajaí-Mirim, que desce de Vidal Ramos, no Alto Vale do Itajaí, em direção ao mar sem nenhum tipo de obstáculo. A capacidade prevista é para 15,7 bilhões de litros de água, para minimizar inundações também em Brusque, Guabiruba e Itajaí.

Área onde será construída a barragem de Botuverá (Foto: Julio Cavalheiro/Secom)

Para o melhoramento pluvial do Rio Itajaí-Mirim serão investidos R$ 114 milhões. O dinheiro deve bancar dragagem e desassoreamento em trechos na cidade de Itajaí, bem como a instalação de duas comportas para controlar o fluxo de água em tempos de cheia. As estruturas devem evitar, ainda, que a água salgada vinda do mar comprometa o abastecimento nas torneiras dos moradores, como ocorre atualmente.

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Além disso, mais R$ 138 milhões foram liberados para custear a atualização de estudos e a execução de obras de dragagens e de contenção da margem do Rio Itajaí-Açu em Ilhota. Obras como dique e canal extravasor também serão bancadas com esse dinheiro. O objetivo é melhorar o escoamento de altos volumes de água durante os períodos de cheia.

Como adiantado pelo colunista Anderson Silva, deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) foi um dos articuladores para a definição dos projetos beneficiados. Segundo o parlamentar, o histórico recorrente de cheias no Vale do Itajaí e tragédia no Rio Grande do Sul demonstram a necessidade de investir em prevenção para salvar vidas, patrimônio e histórias.

Dos R$ 536 milhões anunciados para essas ações, R$ 422 milhões foram solicitados pelo governo de Santa Catarina e os outros R$ 114 milhões pela prefeitura de Itajaí. Segundo Uczai, ainda se discute quanto desses valores serão financiados – ou seja, é um empréstimo e terá de ser pago — e quanto sairá do Orçamento Geral da União, sem necessidade de reembolso posterior.

A Defesa Civil de Santa Catarina, que está revisando os projetos da Agência Internacional de Cooperação do Japão, informou que fará uma reunião na semana que vem para discutir quais os próximos passos agora que os recursos foram liberados. Isso porque caberá ao órgão fazer as licitações.

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Vale lembrar que no fim do ano passado o Vale do Itajaí sofreu com uma série de enchentes. As obras projetadas pela Jica se tornaram as mais cobradas por empresários e prefeitos à época. Nesse ano, somente em Rio do Sul, foram três inundação. O governo de SC começou a limpeza dos rios na cidade, entretanto as constantes chuvas têm atrapalhado o andamento das obras.