Que tal valorizar a vocação cervejeira da região e fazer um passeio pelas cervejarias, museus, bares e restaurantes no Vale do Itajaí? A chance de a programação se tornar uma experiência inesquecível é maior quando os locais visitados fazem parte de um roteiro específico, vocacionado para receber bem o turista. O Vale da Cerveja será lançado nesta quarta-feira em Blumenau com esse propósito e os primeiros roteiros serão disponibilizados a partir da próxima quarta-feira, quando começa o Festival Brasileiro da Cerveja.
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O projeto inicia com quatro passeios propostos, que incluem sete cervejarias, comércios e outros segmentos ligados ao turismo da região. Os trajetos passam por Ibirama, Blumenau, Brusque, Apiúna, Guabiruba e Gaspar, com percursos que podem ser adequados de acordo com o interesse dos turistas. Mais detalhes sobre as rotas serão divulgados nesta quarta às 15h no lançamento da rota turística, no auditório da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi).
Dois dos quatros roteiros incluem Blumenau: em um deles, por exemplo, o visitante poderá participar da produção de cristais, fazer minicurso de degustação, almoçar na Bierland, curtir um passeio pela antiga cervejaria Feldmann e também o Museu de Clubes de Caça e Tiro da Vila Itoupava.
O Vale da Cerveja terá programações diárias para os turistas durante os quatro dias do Festival da Cerveja. Depois do evento o projeto ganha periodicidade regular aos sábados, e haverá a possibilidade de criação de novos roteiros e ampliação para outros dias da semana, conforme a adesão da proposta. Os roteiros poderão ser feitos individualmente e, futuramente, serão comercializados por agências de turismo da região.
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Carlo Bressiani, diretor da Escola Superior da Cerveja e Malte e integrante do comitê gestor do projeto, garante que o primeiro passo para a consolidação é sensibilizar os setores envolvidos com o turismo da região sobre a necessidade de organização e capacitação. Os primeiros roteiros foram criados com as cervejarias que já estavam com o sistema de atendimento ao turista mais adiantado, lembra.
O presidente do Convention & Visitors Bureau, Valmir Zanetti, acredita que o turismo de experiência é um dos grandes diferenciais do projeto.
– Novos roteiros surgirão e vamos adequar. A intenção é fazer o visitante mergulhar nas tradições desde o momento em que se hospeda, visita restaurantes, cervejarias e comércios. O objetivo é oferecer a experiência de vivenciar as particularidades do nosso Vale – projeta.
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A rota levou cerca de seis meses para ser desenvolvida. Os visitantes poderão escolher o roteiro ou montar uma opção personalizada, sob consulta e disponibilidade através do site Vale da Cerveja, que será lançado junto com a rota.
A iniciativa é da Associação das Micro Cervejarias Artesanais de Santa Catarina, Secretaria de Turismo de Blumenau, Convention & Visitors Bureau, Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau e Região, CDL Blumenau, Sindilojas, Escola Superior de Cerveja e Malte e cervejarias da região.
Blumenau chegou a ter um roteiro das cervejarias, elaborado em 2007 e divulgado em folhetos até 2012. O material foi recolhido pela atual administração municipal porque as empresas não estariam preparadas para receber o turista.
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Comunidade precisa se reconhecer no projeto
O secretário de Turismo Ricardo Stodieck acredita que os roteiros ajudarão Blumenau a solucionar a sazonalidade do turismo. Os visitantes terão atrativos o ano inteiro para visitar a região. Sobre a mudança proposta pelo Vale da Cerveja, compara:
– A transformação que acontecerá aqui será a mesma proposta pelo Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul – afirmou.
O Vale dos Vinhedos é a região formada por municípios gaúchos como Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, reconhecida internacionalmente pelo turismo ligado à produção de vinhos e espumantes.
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A professora dos cursos de Comunicação da Furb e Turismo da Univali Fabrícia Duriex Zucco acredita que a decisão de criar os roteiros no Vale do Itajaí foi acertada, considerando o momento de incentivo à produção cervejeira que a região vive. Para ela, a relação da comunidade com a bebida intensificou-se durante a última década, com a chegada das bebidas artesanais na Oktoberfest e da consolidação do Festival Brasileiro da Cerveja. Para que o projeto desenvolva-se na região, a especialista aponta:
– Precisa da integração de todo o trade (agentes envolvidos no turismo). Uma rota não se faz com um só, mas com um conjunto de atores. É importante que eles estejam engajados e se reconheçam. Quando isso acontece, as coisas ficam mais fáceis.