A mineradora Vale divulgou nesta quinta-feira o seu programa de investimentos para 2009, que prevê dispêndios no valor de US$ 14,2 bilhões. O comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aponta que o foco estratégico da companhia no ano que vem será o crescimento orgânico e não enfatiza eventuais compras de empresas concorrentes.

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O documento aprovado hoje pela Conselho de Administração da mineradora cita a crise financeira global, mas diz que “a despeito do choque financeiro e de suas repercussões negativas sobre a economia real, a Vale continua confiante nos fundamentos de longo prazo dos mercados de minérios e metais”.

“À luz dos riscos impostos pelo ambiente econômico global, a Vale possui flexibilidade para administrar o desenvolvimento de seus projetos de acordo com sua avaliação a respeito da evolução das condições do mercado”, diz o comunicado, que destaca uma expansão mais moderada das economias emergentes ao longo dos próximos trimestres, “sem que isto, contudo, resulte na ruptura de seu processo de crescimento econômico no longo prazo”.

Projetos

O programa prevê a execução de cerca de 30 projetos, localizados no Brasil, Canadá, Moçambique, Omã, Austrália, Indonésia e Peru, entre outros.

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De acordo com a Vale, os investimentos no Brasil receberão 69,8% dos recursos orçados para 2009, totalizando US$ 9,9 bilhões.

A empresa prevê investir US$ 1,1 bilhão no Canadá, US$ 831 milhões em Moçambique, US$ 515 milhões em Omã e os restantes US$ 1,9 bilhão em outros países.

No orçamento para 2009 estão previstos investimentos de US$ 11,652 bilhões em crescimento orgânico, o que corresponde a 81,8% dos dispêndios totais, sendo US$ 10,178 bilhões para a execução de projetos e US$ 1,473 bilhão em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Os gastos em P&D prevêem US$ 736 milhões dedicados ao programa global de exploração mineral, US$ 510 milhões para estudos conceituais, de pré-viabilidade e de viabilidade para o desenvolvimento de depósitos minerais já identificados e US$ 227 milhões para investimentos em novos processos, inovações tecnológicas e sua adaptação.

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Exploração

A empresa diz que está investindo na exploração de minério de ferro, níquel, cobre, carvão, bauxita, potássio, fosfato, urânio e gás natural em mais de 20 países nas Américas, Europa, África, Ásia e Austrália.

De acordo com a Vale, “a exploração de urânio e gás natural está inserida no objetivo estratégico de otimizar nossa matriz energética visando à redução de custos e a mitigação dos riscos de preços e fornecimento”.

Os maiores fluxos de investimentos em projetos durante 2009 se referem a Carajás 130 Mtpa (US$ 798 milhões), Serra Sul (US$ 675 milhões), Onça Puma (US$ 597 milhões), Tubarão VIII (US$ 527 milhões), Salobo (US$ 459 milhões), Omã (US$ 458 milhões), Moatize (US$ 444 milhões), CAP (US$ 405 milhões), Barcarena (US$ 314 milhões) e Bayóvar (US$ 279 milhões).

De acordo com a Vale, estão previstos aportes de US$ 4,785 bilhões em minerais não ferrosos, representando 33,6% do total para 2009 e para os negócios de minerais ferrosos se projetam investimentos de US$ 4,179 bilhões, 29,4% do total.

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Em infra-estrutura, serão investidos US$ 822 milhões em energia e US$ 3,027 bilhões em logística, dos quais US$ 1,678 bilhão, segundo a empresa, para suportar o plano de expansão de capacidade de produção do minério de ferro.

Para o carvão, estão orçados dispêndios de US$ 808 milhões, abrangendo principalmente a expansão de Carborough Downs e o desenvolvimento da mina de Moatize.