De sua casa em Criciúma, onde mantém um centro de treinamentos, o ídolo colorado Valdomiro não perde uma partida do time de seu coração. O clicEsportes entrou em contato com o ex-ponteiro para saber sua opinião sobre o ataque do Inter. Mostrando conhecer bem a equipe de Jorge Fossati, o ex-atleta deu seu pitaco. Para ele, o time conta com ótimos atacantes. No entanto, falta ao vice-campeão brasileiro explorar jogadas pelos lados do campo.
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– O centroavante precisa de cruzamentos, jogadas de linha de fundo. Antes, o ponteiro era quem cruzava, hoje são os laterais. Os centroavantes dependem muito desta bola. Muito poucos times hoje jogam pelo lado do campo, e é importante aproveitar esta jogada de linha de fundo. Cada bola bem cruzada é meio gol. Estão sacrificando muito o centroavante no futebol brasileiro.
Em sua época, Valdomiro era um dos dois ponteiros, os atacantes que atuavam pelos lados buscando servir o centroavante. Hoje é diferente. Para suprirem a ausência dos ponteiros, Valdomiro acredita que os laterais precisam aprimorar os levantamentos de bola na área adversária.
– O Inter precisa muito, muito, muito fazer um trabalho específico com estes dois laterais. Tenho certeza de que estas jogadas de linha de fundo se aprende no treinamento. Tiro por mim. Nos anos em que estive no Inter, eu treinava sempre a bola na linha de fundo. Eu sempre digo que sou um privilegiado porque todos os centroavantes que jogaram no Inter na minha época foram artilheiros do Brasileirão ou do Gauchão – gaba-se.
De um lado, Nei e Bruno Silva disputam a vaga. Do outro, Kleber é titular absoluto, e dono de um bom cruzamento. Se os dois primeiros precisam de treino, para Valdomiro, o camisa seis precisa mudar seu posicionamento em campo.
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– Às vezes eu vejo o Kleber entrando muito pelo meio. Cai um na ponta e o Kleber entra pelo meio. Deveria ser o inverso. Deixar o Kleber entrar pelo lado esquerdo, pois ele tem o pé canhoto, e fazê-lo aprimorar bem o cruzamento – declara o ídolo, que estará no Beira-Rio no dia 23 de fevereiro para acompanhar a estreia do Inter na Copa Libertadores, diante do Emelec.
Recado a Alecsandro
Valdomiro ri ao lembrar que passou por situação semelhante à que Alecsandro vive hoje: as vaias da torcida. Antes de se tornar um ícone da geração vitoriosa da década de 1970, o ex-atleta sofreu marcação forte das arquibancadas do Beira-Rio. A solução para o problema foi apenas uma: trabalhar.
– Eu me dedicava ao máximo. Não parava de treinar. Se terminasse um jogo hoje, amanhã eu estaria treinando sozinho. E hoje, às vezes, os jogadores não querem treinar muito. Acabam o treino e vão para a casa.
Valdomiro aproveitou para mandar um recado ao camisa nove colorado:
– Quero dizer ao Alecsandro para ele não se preocupar com as vaias, porque amanhã ou depois, tenho certeza de que a torcida do Inter vai dar a volta por cima. Eu gosto muito dele. Ele perde gols, mas também faz. E ele depende muito destas bolas cruzadas.
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