Uma reunião no começo da noite da última terça-feira, em Brusque, deve mudar os rumos do imbróglio que se transformou a saída do atacante Valdo, 22 anos. O jogador, que foi um dos destaques do time na conquista da Copa Santa Catarina de 2010, luta para deixar o Estádio Augusto Bauer e acertar a transferência para o Criciúma.
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Valdo, que tem contrato com o Brusque até julho de 2012, chegou a recorrer à Justiça do Trabalho. O jogador alega dívidas trabalhistas por parte do clube e acionou a Justiça para forçar a rescisão do contrato. Toda essa batalha jurídica, porém, pode ficar para trás. Valdo e seus representantes se reuniram com dirigentes do Brusque para tentar chegar a um acordo. Segundo o diretor jurídico do clube, Célio Camargo, ficou acordado que os representantes do jogador apresentarão uma proposta, nesta terça, para que o atleta seja liberado. De quebra, o Brusque, que detém 100% dos direitos econômicos de Valdo, ficaria com um percentual.
– Vamos aguardar. Se a proposta for interessante, será resolvido. Caso contrário, a disputa continua – disse, destacando que, num possível acordo, o jogador deve ainda retirar o processo.
O gerente de Futebol do Criciúma, Homero Santarelli, confirma que Valdo era monitorado pelo Tigre por ter “causado boa impressão” desde que ele atuava na Divisão Especial, a segunda divisão do futebol catarinense, pelo Atlético Tubarão. Santarelli afirma que não foi atrás do jogador. Na segunda, o presidente do Criciúma, Antenor Angeloni, telefonou para o presidente do Brusque, Danilo Rezini, e afirmou, para esclarecer, que não tem envolvimento algum com a saída do atleta do clube do Vale do Itajaí.
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– Temos interesse no Valdo como uma aposta, não como uma solução para o time. Precisamos de dois atacantes, um centralizado e outro liberado e o Valdo atende a essas duas necessidades – resume Santarelli.
O gerente acrescentou que foi procurado pelo empresário do atleta, Gustavo Gazzolla, que ofereceu Valdo na semana passada, mas pediu que o Criciúma aguardasse o atacante se desvincular do Brusque e explicou a “batalha” judicial. A reportagem do jornal Diário Catarinense tentou falar com o empresário e com o jogador após o encontro, mas até o fechamento desta edição eles não atenderam o celular nem retornaram as ligações. Caso exista o acordo, não deve demorar para o jogador se transferir para sua nova casa, o Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma.
Entrevista com Valdo
Diário Catarinense – Quando chega a Criciúma?
Valdo – Quero estar no clube até semana que vem.
DC – Há quanto negocia com o Criciúma?
Valdo – Há cerca de dois meses.
DC – O que falta para se transferir?
Valdo – A liberação do Brusque. Vou tentar um acordo, negociar. Não quero mais ficar lá, não estou feliz. Mão me valorizam e estão pagando menos que o esperado.
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DC – Mas por enquanto não houve acordo.
Valdo – Estou tentando minha rescisão na Justiça porque não recolheram FGTS e estou com problema salarial.
DC – Isso gerou atrito?
Valdo – Foi o meio que encontrei para poder sair. Mas sou grato ao Brusque por ter me formado, quero que eles tenham algum direito sobre as transações que forem feitas comigo no Tigre.
DC – O clube diz que você desapareceu dos treinos.
Valdo – Deixei de treinar lá desde sábado, estou em Florianópolis treinando separado para não criar clima.
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