Afrodescente e filha adotiva de pais italianos, a bailarina joinvilense Valdirene Cristina Bernardes, 28 anos, mostrou que os ingredientes para ser uma rainha do Carnaval estão no sangue e na ponta do pé.
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– Amo a cultura afro e, como bailarina, estou acostumada a sentir essa vibração que vem do público, que nos impulsiona a dar o máximo, o nosso melhor – disse a rainha eleita do Carnaval de Joinville de 2010, após receber a coroa, na noite desta sexta-feira. Um título cobiçado por outras 16 concorrentes que subiram no palco montado na praça Dario Salles, no Centro de Joinville, diante de uma plateia de 5 mil pessoas.
Ela, que já está acostumada a encantar plateias há 18 anos, dançando balé, aliou a graça, a beleza e o sorriso da bailarina, ao ritmo do seu lado sambista, que diz ter herdado da origem negra, para mostrar que tem também muito samba no pé para contagiar os jurados e foliões joinvilenses. E olha que a disputa foi acirrada.
– Estava difícil de escolher, são todas merecedoras – comentou a ex-rainha Ruana Ferreira.
– Joinville está mostrando que o Carnaval pode ser mais um evento consagrado da cidade – ressaltou a sucessora, representante do bloco Manda Brasa.
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Valdirene, que participa do evento desde 2007, já tinha experimentado a sensação de ser a majestade do Carnaval de Joinville em 2008. Por isso, sua maior alegria, diante do público que lotava a praça, era constatar a evolução do evento nesses três anos.
– A cada ano, dá para perceber que essa festa está atingindo um número cada vez maior de pessoas e Joinville está de parabéns!
Noite de títulos
Para completar a corte do Carnaval de Joinville, Leonardo dos Passos Santos foi escolhido o Rei Momo.
– Minha família é toda carioca, mangueirense, e eu, nascido em Brasília, mas morador de Joinville há 13 anos, sempre gostei de Carnaval – disse, justificando o título. Além da coroa e do cetro, ganhou a companhia da rainha e de duas belas princesas.
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Sabrina Costa Lima, que já foi princesa no ano passado, foi eleita a primeira princesa. Representante do Bloco Box 4, formado pela turma dos apreciadores do samba e do chorinho, que sempre se reúne no Mercado Público Municipal, ela mostrou que estava com os passos muito bem ensaiados.
Já Ilka santos Oliveira, de 27 anos, da escola Príncipe do Samba, ficou com a faixa de segunda princesa do Carnaval. Ela empolgou o público com seu samba e sorrisos vibrantes, quase caiu do salto, ficou sem equilíbrio, mas não perdeu o rebolado, nem o título.
O fato é que a corte joinvilense mostrou que o samba é brasilidade, mas a noite de sexta-feira foi também da diversidade. Os candidatos a rainha e Rei Momo do Bloco da Diversidade deram um show à parte, com desfiles performáticos, sob as palmas de uma torcida animada, que agitou bandeiras e decorou a praça com as cores do movimento GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Transexuais e Trangêneros).