Há seis meses, quatro amigos da província de Santiago Del Estero, no norte da Argentina, firmaram um pacto: todos tirariam férias no período da Copa e fariam uma viagem de carro até Porto Alegre para assistir o jogo entre Argentina e Nigéria. Em um veículo Gol, de cor vermelha, o quarteto Andy Silva, Fernando Andreoli, Miguel Santillan e Ruben Ceballos cruzou a fronteira entre Brasil e Argentina neste sábado, entrando em Uruguaiana às 19h30min.

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Horas depois do difícil enfrentamento com a seleção do Irã, em que a Argentina precisou de um gol de Messi nos acréscimos para vencer pelo placar mínimo, os amigos mesclavam sensações de confiança e preocupação. Classificavam a atuação diante dos iranianos como “feia”, reconheciam que o futebol apresentado até agora, em dois jogos, está abaixo da expectativa, mas não deixavam de resgatar, com alegria e sorrisos, a autoestima argentina.

– Se a Argentina despertar, estaremos na final com o Brasil. Será o Maracanazo número 2 – empolgou-se Andy Silva, único torcedor do River Plate do grupo – os outros três são fãs do Boca Juniors.

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Mesmo reconhecendo a relação de “amor e ódio” dos argentinos com Messi – muitos acreditam que ele não reproduz na seleção as atuações destacadas com a camisa do Barcelona -, os amigos se animavam ainda mais ao falar do gol salvador do craque ante o Irã, o segundo dele na competição.

– Foi um gol característico de Messi. Cortou para o meio e chutou no ângulo – disseram eles, que assistiram ao jogo em um restaurante na estrada, em uma jornada de 1,6 mil quilômetros até Porto Alegre.

Contentes com o ataque, eles apontam Di Maria e Aguero como os melhores da seleção. Depois de Messi, é claro. A preocupação é com a defesa. Reclamam de Rojo, Federico Fernandez. Não há confiança no sistema defensivo.

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Amantes do futebol, os amigos demonstraram incomum admiração, respeito e até torcida pelo futebol brasileiro.

– Não queremos que Klose ultrapasse Ronaldo como o maior artilheiro da histórica das Copas – contaram.

O quarteto assistirá somente ao jogo de Porto Alegre. Depois, regressará. Ainda na estrada, em Uruguaiana, muitas perguntas. Queriam saber se era possível visitar o Beira-Rio um dia antes do jogo para “sacar fotos”, perguntavam sobre o futuro do estádio Olímpico e questionavam a melhor maneira de se deslocar do hotel na Avenida Alberto Bins, na Capital gaúcha, até o palco do jogo. Porto Alegre os aguarda.

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