O deputado estadual Mauro de Nadal (MDB) manteve o tom conciliador na primeira fala como presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). Em coletiva à imprensa após o resultado, o novo presidente projetou quais devem ser as prioridades neste início de trabalho da nova mesa, falou sobre a provável presença do MDB no governo de Jorginho Mello (PL) e sobre a reforma administrativa, que deve ser uma das principais pautas em debate no parlamento de SC.

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Nadal também pregou a harmonia entre os parlamentares ao responder pergunta sobre os votos de Ana Campagnolo e Sargento Lima (PL), que não foram favoráveis à eleição do emedebista. A deputada do PL tinha o nome especulado como possível vice-presidente na chapa de Nadal, mas terminou fora do processo depois que o seu partido indicou Maurício Eskudlark.

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Confira abaixo a entrevista:

Composição para a eleição

Nadal: “Toda a composição exige muita conversa, muito diálogo, exige gestos. Aquilo que disse há pouco da Mesa para a nossa sociedade de Santa Catarina foi verdadeiramente a expressão de reconhecimento e agradecimento a todos os gestos que foram praticados para que pudéssemos chegar a esse bom entendimento. Uma composição com a participação de todos.

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Então, as conversas foram intensas. Mas o que mais interessa é que conseguimos construir algo de consenso, construir algo que possa servir com muita dedicação aos interesses de Santa Catarina, de nossa gente.”

Acordo para a próxima mesa diretora

“Não foi estabelecido nada [da presidência e mesa diretora da Alesc] para os últimos dois anos. A construção que fizemos foi para os dois anos primeiros desta legislatura, então não há nenhum encaminhamento nesta linha. Tudo fará parte de uma boa conversa, de bons entendimentos que vão acontecer ao longo desse período. Assim foi em 2019. Eu fui vice-presidente naquele período, sem nenhum acordo para os últimos dois anos. Tanto é que a gente fez uma belíssima construção, em que pude partilhar, não somente eu mas também o meu vice à época, partilhar o mandato com o deputado (Moacir) Sopelsa e com o deputado Maurício Eskudlark. Então tudo é encaminhamento, boa conversa e bom entendimento. Então, estão abertos os dois últimos anos.”

Participação do MDB no governo Jorginho

“O primeiro grande desafio era montarmos uma mesa diretora com a participação de todos os partidos. Agora, acredito que com a vinda do governador na terça-feira aqui para esta casa se iniciam os demais encaminhamentos, quer seja para a construção de governabilidade, construção dos espaços nas comissões aqui da Casa. Tenho conhecimento e inclusive participei de conversas em que o governador externou essa possibilidade de ter o MDB no seu governo, fato este que não foi definido pelo nosso partido, esse assunto ficou para pós-eleição da mesa diretora.

Então, eu vejo que todas as conversas, não só com o MDB mas com todos os partidos que forem interessantes na composição da governabilidade, começam a ocorrer a partir de agora, a partir desta consolidação, deste momento que é a posse dos deputados e a eleição da mesa diretora.”

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Prioridades da Alesc no início do ano

“Primeiramente é fazermos uma análise de todos os projetos que estão na casa, chamarmos todos os nossos partidos através dos seus líderes para discutirmos aquilo que é interessante para o parlamento, na sua organização interna, proporcionando a todos os deputados brilho na atividade do seu dia a dia. Então esse é o foco neste início. Temos que fazer os ajustes necessários para que todo deputado possa exercer na plenitude o seu mandato. Então os primeiros movimentos aqui na casa vão ser justamente na organização interna do parlamento e na participação efetiva de todos os deputados.”

Disputa por comissões

“Todas as comissões da Casa são importantíssimas. É claro que algumas são mais disputadas pelas bancadas. O que temos hoje é um processo de encaminhamento, mas não processo de nomes. Já vieram interesses em participar dessas comissões de vários partidos. O que vai valer de agora para a frente é fazer esse encaminhamento e esse acerto entre todos os deputados, com suas bancadas, para que todos possam ter oportunidades de trabalhar, de exercer seus mandatos através das comissões, e nós termos uma composição que satisfaça a vontade de todas as bancadas da Casa.”

Rusgas da eleição e diferenças ideológicas dos partidos

“A eleição da mesa diretora terminou com o voto e proclamação do resultado. De agora para a frente, é a unidade dos 40. Essas questões ideológicas sempre existiram na política, mas é aquilo que falei em meu pronunciamento: vamos construir uma política com “p” maiúsculo, em que todos terão oportunidade de manifestar o seu jeito de pensar sobre determinados assuntos, mas o que vai prevalecer é a harmonia e o bom encaminhamento dos trabalhos.”

Gestão independente da Alesc

“Essa foi sempre a essência desta casa, a independência. E ela se consolidou. E também tenho que destacar aqui que nosso governador em momento algum tentou interferir na construção da mesa diretora da Assembleia. Sempre olhou com bons olhos e deu essa liberdade de construção, nunca escolheu lado A ou lado B. Foi um parceiro que deu essa liberdade para que nós fizéssemos o entendimento, até porque a experiência dele nesta Casa já demonstra que o processo salutar para SC é que os poderes consigam manter essa independência, e isso foi respeitado. Foi consolidado desta forma.”

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Reforma administrativa do governo Jorginho

“Não temos nenhum encaminhamento, nenhuma sinalização oficial por parte do governador Jorginho Mello, mas a Casa, através de conversas com os deputados, já tem um entendimento de que esse é o momento para convalidarmos aquilo que foi a proposta que fez com que Jorginho Mello fosse o vitorioso, então esse momento é um momento dele. Claro que dentro do processo de legalidade, nós vamos ter os olhos bem criteriosos nessa construção do projeto que venha para cá, mas na essência do projeto tem que permanecer a vontade que o elegeu governador de Santa Catarina.”

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