As doses foram enviadas pelo Ministério da Saúde e também protegiam contra o vírus H1N1, que matou 76 pessoas no Estado e 11 em Blumenau no ano passado. O descarte obedece a uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que não permite o uso neste ano das vacinas produzidas no ano passado.

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Segundo a gerente de Vigilância Epidemiológica, Ivonete dos Santos, ainda não se sabe o número de doses que serão descartadas. O dado só será conhecido na próxima semana. Ela explica que o município tinha recebido doses extras para vacinar as pessoas consideradas grupo de risco, entre elas idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas e estavam com o prazo de validade expirando no fim deste mês.

– É uma ação normal, que obedece as normas da Anvisa. As doses passam por uma máquina chamada autoclave e depois são descartadas como lixo hospitalar – diz.

Questionada sobre a possibilidade de se aplicar a vacina em outras pessoas, fora dos grupos considerados prioritários pelo Ministério da Saúde, Ivonete afirma que é necessária autorização, o que não houve. A informação é confirmada pela enfermeira da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Blumenau, Neusa Dandolini:

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– É complicado, precisa ser feito um estudo para se liberar para mais pessoas, porque teríamos que ter doses para atender a toda a população que se encaixe em um perfil. E não há doses suficientes para isso – conta.

Segundo o diretor de Vigilância Epidemiológica do Estado, Fábio Gaudenzi de Faria, a vacina para a gripe é alterada todos os anos, pois são feitos estudos para verificar quais os tipos do vírus que estão circulando no país. A seleção dos sorotipos para a vacinação deste ano foi feita pela Anvisa em setembro de 2012.

– Em cada temporada de Influenza, nós temos cepas diferentes circulando, e as vacinas são produzidas para proteger as pessoas das cepas predominantes no período anterior a circulação – afirma Fábio.

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No ano passado, as doses eram feitas com três tipos de vírus, ou seja, protegia contra três tipos de gripe, entre elas o H1N1. Neste ano, há possibilidade das doses serem feitas com quatro tipos de vírus. Segundo o diretor, as vacinas chegam ao Estado de acordo com a produção e estão previstas para o final de março e início de abril.