A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive-SC) divulgou nesta semana um boletim no qual confirma a relação entre duas mortes e a vacina contra a Covid-19. Para a especialista consultada pelo Santa, os episódios são raros e o benefício de receber as doses é enormemente maior do que risco de contrair o vírus e evoluir para um quadro grave da doença.
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Vale lembrar, também, que a campanha de vacinação é a principal responsável pela redução de casos e óbitos por coronavírus em todo o país.
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As vítimas são um homem de 28 anos e uma mulher de 27 anos. De acordo com a Dive-SC, o rapaz começou a apresentar calafrios, febre e dor forte de cabeça no dia 23 de agosto. Três dias depois ele morreu. No segundo caso a paciente começou a ter febre, dor abdominal e dor nas costas em 10 de setembro. Ela faleceu 14 dias mais tarde.
— A investigação mostrou que os óbitos tiveram relação com a vacina da AstraZeneca com eventos como tromboembolismo, que são descritos na literatura como raros, que têm a probabilidade de ocorrência em menos de 1 a cada 1 milhão de vacinas aplicadas — afirma o superintendente de Vigilância em Saúde de SC, Eduardo Macário.
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Os casos não devem motivar as pessoas a deixarem de lado a imunização e os números apontam claramente para isso. No período de análise do boletim de Eventos Adverso Pós-Vacinação (EAPV), que vai de 18 de janeiro a 30 de setembro, 8.790.520 doses foram aplicadas em território catarinense. Em março passado, ainda no começo da campanha de imunização, a média móvel de mortes por dia chegou a 136. Atualmente, com 62% dos catarinenses protegidos, o número caiu para 7,6.
— Por isso a importância das pessoas continuarem se vacinando e, por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS), mesmo após a identificação desses episódios na Europa seguiu recomendando a vacina de vetor viral, porque o risco de uma pessoa morrer de uma trombose relacionada à infecção da Covid é muito maior do que relacionada à vacina — reitera a especialista Patrícia Vanny.
Desde o início da pandemia até essa quinta-feira (11), a Covid-19 tirou a vida de 19.736 pessoas no Estado.
Casos suspeitos
O boletim de Eventos Adverso Pós-Vacinação (EAPV) é novo em Santa Catarina. O documento divulgado nesta semana é o primeiro e mostra que no período de quase nove meses 10.251 casos suspeitos de reação à vacina foram notificados. Todos passaram por análise com Estado, municípios e Ministério da Saúde, garante a Dive-SC.
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— Eventos adversos pós-vacinais são todos aqueles eventos que ocorrem de forma inusitada num período de até 30 dias após a aplicação da vacina. A maioria desses eventos, 9.638, foram considerados leves, de fácil resolução e boas evolução. Foram eventos caracterizados principalmente por dor no local da aplicação, febre, leve mal-estar. Ou seja, não precisaram de hospitalização ou algum tratamento ambulatório — explica o superintendente de Vigilância em Saúde de SC, Eduardo Macário.
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A quantidade de casos suspeitos de reação aos imunizantes enquadrados como graves chegou a 631 no período apurado pelo Estado. Nessa classificação se enquadram as pessoas que precisaram procurar uma unidade de saúde ou ser hospitalizado para tratamento. De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, a maioria destes quadros não foi causado diretamente pela vacina, mas há uma explicação:
— A grande maioria foram eventos coincidentes e que, inclusive, ocorreram durante um período em que o Estado passava por alta transmissibilidade de Covid e, por conta disso, pessoas que tinham recebido a primeira e até a segunda dose num período muito curto após a vacina acabavam sendo infectados pelo coronavírus. Reiteramos a importância da vacinação como medida segura e eficaz para enfrentamento da Covid-19 — completa Macário.
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