Estados do Norte e do Nordeste estão à frente na lista dos primeiros a vacinar jovens de 18 anos contra a Covid-19. Dos 10 estados com calendário de imunização mais avançado no Brasil, seis são de uma dessas regiões.
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São três do Norte e três do Nordeste. Cinco deles devem começar a vacinar pessoas de 18 anos até setembro – o mais avançado é Roraima, com previsão para julho. O outro é o Maranhão, único Estado que já deu início a essa faixa etária. Em Santa Catarina, a imunização desse público está marcada para outubro.
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Amazonas e Ceará também estão neste ranking, e o planejamento de ambos é que a população de 18 anos comece a receber a primeira dose em agosto. Ainda constam nessa lista o Pará e o Rio Grande do Norte, que planejam iniciar a vacinação do último grupo de adultos em setembro.
Mais adiantado, o Maranhão começou ainda em junho a vacinação de 18 anos e, atualmente, está com mais de 80% da população vacinada. A ocupação dos leitos permanece alta, apesar disso, assim como a taxa de contágio, porém, o Estado tem um dos menores índices de morte pela doença.
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O Rio de Janeiro tem calendário pronto para dar início em agosto. Em setembro, três Estados planejam começar a vacinação da última faixa etária: Goiás, Paraná e Rio Grande Do Sul. Santa Catarina planeja a vacinação de toda a população adulta para o fim de outubro.
Os Estados que não divulgaram calendário de vacinação possuem as Capitais aplicando a primeira dose em pessoas na faixa etária de 40 anos para cima, no momento. O grupo prioritário indica que a vacinação nesses Estados ocorre similar aos que devem começar a aplicação da vacina em pessoas de 18 anos em outubro, assim como em Santa Catarina.
Todas as federações contam com o cronograma de entrega de vacinas divulgado pelo Governo Federal para cumprir os calendários.
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Para o professor de saúde pública da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fabrício Augusto Menegon, a diferença no calendário de um Estado para o outro está na desproporção populacional adulta.
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- Maranhão e Amazonas, por exemplo, possuem uma população adulta muito menor em relação aos outros Estados, como a própria Santa Catarina. Quando se tem a população adulta menor, é mais rápido de vacinar - explica.
O controle no avanço da pandemia, assim como o cuidado com as medidas protetivas, não possuem impacto direto na vacinação. Mas a vacinação tem um grande impacto no controle da pandemia. O professor explica:
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- A vacinação serve para controlar a pandemia e reduzir a taxa de mortalidade, além de impedir que pessoas sejam internadas. Estar enfrentando UTIs com 80% de ocupação, mas com menor número de mortes, é consequência da vacina.
A informação é consolidada no Maranhão, que apresenta um número baixo de mortalidade, mas mantém em alta a taxa de ocupação dos hospitais. Os leitos de UTI no Estado, até esta segunda-feira, estão com uma média de 72,2% de ocupação. As mortes na última semana tiveram uma descrescente e nesta segunda, nenhuma pessoa morreu por Covid no Maranhão. Menegon enfatiza que para diminuir a mortalidade, é necessário vacinar grande parte da população.
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Sobre uma possível volta ao “mundo normal”, o professor diz que o uso de máscara, assim como o distanciamento social, não irão embora tão cedo. Isso porque há uma alta circulação de variantes ainda, e menos da metade da população está vacinada.
- As variantes estão em alta. Israel, por exemplo, voltou a usar máscara mesmo com a população vacinada. É possível que a gente experimente situações parecidas ainda - diz.
O especialista ainda explica:
- Quando 70% do Brasil estiver vacinado, pode ser que o país tome decisões como parar o uso de máscara em lugares públicos. Mas enquanto não tivermos o mundo todo com alta cobertura vacinal, vamos conviver direto com as variantes e com os cuidados necessários. Precisamos ficar em alerta!
A vacinação em Santa Catarina para 18 anos, planejada para outubro, pode trazer uma abertura de eventos, comércios e atividades para dezembro, comenta o professor.
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- Considerando que tem a segunda dose, em dezembro as coisas podem voltar ao “normal”. Mas o país precisa estar sempre em alerta, enquanto grande parte da população não estiver vacinada - completa.
*Sob supervisão de Vinícius Dias.