Após uma semana do início da vacinação contra o HPV no país, 12% das meninas entre 11 e 13 anos (grupo de risco) foram imunizadas no Rio Grande do Sul. Segundo informações do Ministério da Saúde, o número de doses aplicadas chegou a 33.264.
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No Estado, há 260 mil jovens do sexo feminino nessa faixa etária. A meta do governo federal é vacinar 80% desse universo, ou seja, 206 mil meninas. Pela primeira vez, a distribuição das injeções está sendo feita gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A campanha termina em 10 de abril.
Confira a distribuição por idade:
11 anos – 10.718
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12 anos – 11.232
13 anos – 11.314
O que significa HPV?
É a sigla em inglês para Papilomavírus Humano, vírus responsável pela doença sexualmente transmitida mais comum no mundo, causando tumores benignos e malignos. Existem mais de 100 tipos de HPV, sendo que 16 têm potencial para causar câncer.
Qual a incidência?
Estima-se que mais de 70% das mulheres entrarão em contato com o HPV ao longo da vida.
Quem tem HPV terá câncer?
A maioria não. A infecção pelo HPV é muito frequente, mas costuma ser transitória. Entre 60% e 70% dos casos das pessoas contaminadas eliminam o vírus espontaneamente.
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A VACINA
A vacina protege contra todos os tipos de HPV?
Não. Protege contra quatro tipos, dois capazes de provocar câncer e dois relacionados ao aparecimento de verrugas. Os tipos 16 e 18, cobertos pela vacina, estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Por que o Ministério da Saúde estabeleceu a faixa etária de 11 a 13 anos para a vacinação?
O ideal é que a vacina seja aplicada antes do início da vida sexual. Nas meninas não expostas aos tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, segundo o Ministério da Saúde, a vacina tem eficácia de 98,8%.
Como será a implantação da vacina?
Neste ano, a população alvo da vacinação contra HPV serão adolescentes do sexo feminino na faixa de 11 a 13 anos. Em 2015, serão vacinadas as adolescentes na faixa etária de nove a 11 anos e, a partir de 2016, as de nove anos de idade. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção, sendo a segunda seis meses depois da primeira, e a terceira, cinco anos após a primeira dose.
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Como a vacina é administrada?
Por injeção intramuscular – injeção de apenas 0,5 mL em cada dose.
Quem faz a vacina pode deixar de fazer o Papanicolau?
Não. A vacinação é uma ferramenta de prevenção primária e não substitui o rastreamento do câncer de colo do útero em mulheres na faixa etária entre 25 e 64 anos. É importante manter a realização do exame preventivo (Papanicolau), pois as vacinas protegem apenas contra dois tipos de HPV que provocam câncer, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero.
Mesmo vacinada, será necessário utilizar preservativo durante a relação sexual?
Sim, pois é imprescindível manter a prevenção contra outras doenças transmitidas por via sexual, como HIV, sífilis, hepatite B, etc.
A camisinha é suficiente para proteger contra o HPV?
Nem sempre, porque o HPV pode estar alojado em regiões em que a camisinha não alcança, como o saco escrotal e a região anal.
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A vacina contra HPV pode ser administrada ao mesmo tempo com outra vacina?
A vacina HPV pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas do Calendário Nacional de Vacinação, sem interferências na resposta de anticorpos a qualquer uma das vacinas. Quando a vacinação simultânea for necessária, devem ser utilizadas agulhas, seringas e regiões anatômicas distintas.
Fontes: Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças Associadas ao Papilomavírus, Secretaria Estadual da Saúde, professor de medicina da UFRGS Paulo Naud.