A Sputnik V, vacina contra o coronavírus desenvolvida na Rússia, entrou também no radar dos municípios de Santa Catarina na corrida pela imunização. A Federação Catarinense de Municípios (Fecam) está negociando uma possível parceria com o governo do Paraná com o objetivo de deixar o caminho aberto em SC para a vacina russa caso ela seja aprovada pela Anvisa.

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A ideia da Fecam é criar um protocolo de intenções semelhante ao que foi feito na semana passada com o Instituto Butantan, em São Paulo, para aquisição da vacina CoronaVac, desenvolvida em SP através de uma parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. No Paraná, o acordo seria feito com o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), braço do governo estadual que firmou parceria com o Fundo Russo de Investimento Direto, detentor da patente da Sputnik V.

A Fecam ainda negocia uma agenda com o Tecpar, mas a expectativa da diretoria da federação é ir até Curitiba na semana que vem, no dia 21 de dezembro.

Nos próximos dias, a Fecam deve encaminhar também uma “reserva” de 500 mil doses da CoronaVac com o Butantan. O objetivo é deixar a compra encaminhada para os municípios que desejarem após a liberação da vacina pela Anvisa.

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A federação negocia com o governo de SC para que as doses sejam compradas pelo Estado, mas caso isso não se confirme, consórcios de municípios poderão adquirir as doses direto de São Paulo.

A Sputnik V

A vacina desenvolvida na Rússia foi a primeira a ser aprovada de maneira emergencial no mundo, ainda em agosto. O imunizante é um dos mais polêmicos no meio científico, pois houve pouca transparência no processo de desenvolvimento. No entanto, o governo russo divulgou nesta segunda-feira (14) que os resultados da fase 3 de testes apontaram que a Sputnik V é 91,4% eficaz na proteção contra o coronavírus. Esses dados ainda não foram publicados em revistas científicas.

A Rússia começou a vacinar a população com a Sputnik V no dia 5 dezembro, o que tornou o país o primeiro a iniciar um programa de vacinação contra a covid-19 no mundo, dias antes da Inglaterra.

No Brasil, o Paraná e a Bahia possuem acordos com o governo russo para eventuais compras e até produção da vacina. As tratativas, no entanto, estão atrasadas e ainda dependem de validações na Anvisa para o início dos testes da fase 3 da Sputnik V no Brasil.

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Com as negociações mais adiantadas, a Argentina também espera vacinar a população com a Sputnik V. O presidente Alberto Fernández já chegou a declarar que a imunização pode começar ainda em 2020.

O acordo dos argentinos com a Rússia prevê uma primeira remessa de 600 mil doses — suficientes para vacinar 300 mil pessoas, visto que são necessárias duas doses. 

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