Enquanto a vacinação contra o coronavírus começou em vários países nas últimas semanas, municípios de Santa Catarina e o governo do Estado correm atrás de doses para imunizar a população. Acordos iniciais foram assinados e os primeiros detalhes sobre o plano de vacinação para 2021 começaram a ser divulgados, embora ainda sem datas ou a definição de qual vacina será utilizada.
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O governo de SC trabalha com a estimativa inicial de vacinar cerca de 2,8 milhões de pessoas contra o coronavírus em 2021, o que representa 38,6% da população do Estado, hoje em 7,2 milhões de habitantes. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Raquel Ribeiro Bittencourt, o número representa os grupos prioritários para a imunização.
A primeira fase de prioridade deve ter a vacina direcionada a trabalhadores da saúde, indígenas, idosos acima de 75 anos e idosos com mais de 60 anos que moram em instituições de longa permanência.
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A segunda fase será direcionada a pessoas de 60 a 74 anos, e a terceira, ao público com comorbidades. A quarta e última fase prioritária da vacina deve abranger professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional. Ainda não há prazo estabelecido para todas as fases.
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As vacinas
AstraZeneca
Também conhecida como “vacina de Oxford”, a vacina do laboratório britânico é a principal aposta do governo brasileiro, o que pode fazer dela a primeira a ser distribuída para SC e outros estados em um plano do Ministério da Saúde.No Brasil o laboratório tem como parceiro o instituto Fiocruz, no Rio de Janeiro, e um contrato de compra de 100,4 milhões de doses do imunizante já foi anunciado pelo ministério para o primeiro semestre de 2021. No segundo semestre a Fiocruz poderia produzir mais 160 milhões de doses.
O imunizante está na terceira fase de testes e até agora apresentou uma taxa de eficácia média de 70%, com variações entre 62% e 90% que chamaram a atenção de especialistas no mundo inteiro, apontando erros na condução dos testes. Isso atrasou o pedido de liberação da vacina no Brasil, que deve ser feito na Anvisa.
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Pfizer
O Ministério da Saúde anunciou a negociação de 70 milhões de doses da vacina do laboratório norte-americano Pfizer. A vacina já foi aprovada em alguns países e está sendo aplicada nos Estados Unidos e na Inglaterra. O que dificulta a distribuição dela no Brasil é a logística, pois as doses precisam ser mantidas em uma temperatura de -70ºC, o que demanda o uso de refrigeradores especiais pouco comuns na rede de saúde brasileira. O governo de SC já disse que está negociando a compra desses refrigeradores, e a prefeitura de Florianópolis confirmou que possui um equipamento capaz de armazenar a vacina na temperatura adequada.
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Por estar encaminhada nas negociações do Ministério da Saúde, a vacina pode também ser uma das primeiras distribuídas aos estados.
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CoronaVac
Desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, a CoronaVac chegou no Brasil através de uma parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. É com essa vacina que o governo de SP pretende começar a imunização no estado em 25 de janeiro, embora ainda dependam de resultados finais dos testes e de liberação da Anvisa.
A Federação Catarinense de Municípios (Fecam) assinou um protocolo de intenções com o Butantan para compra da CoronaVac na última quinta-feira (10). Com a oficialização da parceria, as prefeituras de SC poderão adquirir o imunizante assim que a fórmula for aprovada pela Anvisa. Nos próximos dias a Fecam deve também encaminhar um pedido de “reserva” de 500 mil doses com o Butantan. Essa quantia estaria à disposição do Estado ou de consórcios de municípios.
Paralelamente, a Secretaria de Estado da Saúde de SC também trata a CoronaVac como um “plano B” caso o Ministério da Saúde demore para implantar uma estratégia nacional. O governo catarinense já conversou com o laboratório chinês e admite a possibilidade de comprar a vacina por conta própria.
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Sputnik V
A vacina criada na Rússia e que já está sendo usada para imunização dos moradores do país entrou no radar dos catarinenses nos últimos dias. Fora dos planos do Ministério da Saúde, a vacina poderá ser fabricada no Brasil através de uma parceria com o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), braço do governo estadual que firmou parceria com o Fundo Russo de Investimento Direto, detentor da patente da Sputnik V.
A Federação Catarinense de Municípios (Fecam) está negociando uma possível parceria com o governo do Paraná com o objetivo de deixar o caminho aberto em SC para a vacina russa caso ela seja aprovada pela Anvisa. A Fecam ainda negocia uma agenda com o Tecpar, mas a expectativa da diretoria da federação é ir até Curitiba na semana que vem, no dia 21 de dezembro.
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GRAd-COV2
A vacina italiana, desenvolvida pela empresa ReiTech em parceria com o Instituto Nacional para Doenças Infecciosas Lazzaro Spallanzani, de Roma, está alguns passos atrás na corrida, mas tem negociações diretas com Santa Catarina. O governo catarinense estuda uma parceria com a Itália para trazer a fase de testes do imunizante ao Estado.
Segundo o governo, a proposta seria realizar a fase 3 de testes da vacina italiana em parceria com a UFSC, o que poderia abrir as portas para uma futura transferência de tecnologia.
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